Logo antes do início da Cúpula do Clima, encontro virtual que acontece hoje e amanhã, organizado pelos Estados Unidos e que reunirá líderes e representantes de 40 países, o presidente americano Joe Biden anunciou a nova meta de redução dos gases de efeito estufa para o país: entre 50% e 52% até 2030, em relação aos níves registrados em 2005.
Atualmente os Estados Unidos são o segundo maior emissor de carbono do planeta, com 15% do total global. Biden está se comprometendo com uma meta ambiciosa, quase o dobro daquela determinada pelo ex-presidente, Barack Obama, quando foi finalizado o Acordo de Paris, em 2015.
O objetivo principal do novo governo é atingir a neutralidade de carbono até 2050.
Desde que assumiu a Casa Branca, Biden já mostrou que pretender investir numa economia verde, que terá como foco principal as energias renováveis, soluções inovadoras, uma infraestrutura interna mais sustentável e a criação de empregos ligados a essas áreas.
“Isso colocará o país no caminho para zero emissões em 2050. Os cientistas nos dizem que essa é a década decisiva, que precisamos tomar decisões para evitar as piores consequências”, ressaltou hoje. “Nós devemos fazer investimentos em nome das pessoas e da energia limpa porque os bons empregos de amanhã virão daí, de uma sociedade mais resiliente e competitiva, então vamos agora nos unir por esse futuro mais sustentável e superar essa crise existencial dos nossos tempos. Isso é extremamente importante”, ressaltou.
Uma das primeiras medidas tomadas pelo novo presidente logo após sua posse foi colocar os Estados Unidos de volta ao Acordo do Clima. Seu antecessor, Donald Trump, havia retirado os americanos do tratado, assinado por quase 200 países, em 2015, para reduzir as emissões de carbono e dessa maneira, tentar frear o aumento da temperatura na Terra em até, no máximo, 1,5oC, e assim, combater os já catastróficos efeitos da crise climática (leia mais aqui).
Todavia, ao longo dos últimos anos, especialistas do clima apontam que as metas apresentadas não serão suficientes para conter os chamados extremos climáticos (furacões, incêndios, enchentes, ondas recordes de calor) e conclamam os governos a se comprometerem com números ainda maiores.
Esta semana, o Reino Unido também estabeleceu uma nova meta: reduzir emissões em 78% até 2035. Já a União Europeia afirmou que seu plano é cortar em 55% as emissões até o final desta década.
Em seu discurso durante a Cúpula do Clima, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil acabará com o desmatamento ilegal até 2030 e atingirá a neutralidade de carbono até 2050, uma década mais cedo do que o prometido anteriormente. Entretanto, parece que a fala foi para agradar apenas o público internacional, porque internamente o que continua acontecendo é um completo desmonte da estrutura dos órgãos de proteção ambiental e índices crescentes de destruição da Amazônia.
*Texto atualizado às 14h para incluir as informações do discurso do presidente Jair Bolsonaro.
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*Com informações da assessoria de imprensa da Casa Branca
Foto: reprodução Facebook Joe Biden