
As imagens mostram a família de lobos cruzando calmamente um rio, no meio de uma floresta na Polônia. Mas o que realmente chamou a atenção da equipe da Save Wildlife Conservation no registro capturado pelas armadilhas fotográficas foi o flagrante de raríssimos indivíduos de pelagem negra entre eles (assista ao vídeo ao final desse texto).
Existem apenas duas espécies de lobos amplamente reconhecidas no mundo, o vermelho e o cinza.
“Como se alguém não soubesse, a pelagem padrão do lobo em nosso país é cinza, com pequenos detalhes avermelhados ou pretos. O negro é definitivamente raro e único!”, dizem os biólogos da Save na Polônia. “Mas os lobos negros são algo incomum ou perturbador? Para responder brevemente – não”, esclarecem.
Segundo eles, lobos com coloração escura já foram avistados em muitos lugares do mundo. Eles são comuns na América do Norte, sobretudo no Parque Nacional de Yellowstone. “Na Europa, eles ocorrem com muito menos frequência, talvez como resultado da redução da diversidade genética resultante do declínio prolongado da população de lobos pelos humanos. Na Polônia, avistamentos deles não são comuns e raramente são documentados.”
Há alguns meses, durante o verão no Hemisfério Norte, imagens das câmeras das armadilhas já tinham documentado um lobo negro ao lado de um cinza. Algum tempo depois, um novo registro flagrou a mesma família, mas dessa vez, com dois indivíduos de pelagem preta.
A coloração negra do pelo é resultado de uma mutação genética, que provoca uma superprodução de melanina. De acordo com alguns estudos genéticos, essa variante – a do lobo negro -, surgiu nesses animais provavelmente por meio de cruzamentos com cães, o que ocorreu há vários milhares de anos.
“Lobos e cães são geneticamente muito próximos e podem até ser considerados a mesma espécie. Eles cruzaram entre si muitas vezes em sua história e às vezes continuam a cruzar. Isso não é incomum nem prejudicial, é simplesmente um fenômeno normal que ocorre na natureza”, ressaltam os biólogos da organização.
Além do lobo cinza e vermelho, biólogos suspeitam sobre a existência de outras possíveis subespécies do primeiro. Há também um canídeo pouco conhecido, que vive nas terras altas da Etiópia, chamado Canis simensis, que se acredita ser um parente muito próximo do lobo.
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Foto de abertura: reprodução vídeo Save Wildlife Conservation