
Se você tem pavor de aranhas, certamente não deve ver beleza no fenômeno que redesenhou as paisagens da cidade de Glisspand, no estado de Victória, na Austrália.
Os véus gigantes de teias surgiram após tempestades e inundações que devastaram a região. Trata-se de um fenômeno conhecido como balonismo.
É uma estratégia de sobrevivência adotada pelas aranhas para escapar das enchentes. Elas produzem teias para subir cada vez mais alto na topografia da cidade, como se escalassem a cidade por meio das árvores em busca de áreas mais secas e seguras.

“As aranhas precisam sair do solo muito rapidamente para não morrer. A seda se agarra e se fixa na vegetação e elas conseguem escapar”, explicou Ken Walker, curador sênior de insetos do Museu Victoria ao jornal local The Age.
Mas, este ano, o resultado foi muito mais impactante devido à extensão das teias: algumas chegaram a um quilômetro.

A vereadora Carolyn Crossley contou à BBC que desceu o barranco de um lago na noite de segunda-feira, 15/6, para verificar se havia danos causados pela enchente e ficou encantada com o que viu. Ela já tinha visto esse fenômeno antes, mas nunca em uma escala tão grande.
“Não foi assustador — foi lindo! Tudo estava envolto nesta bela teia de aranha, todas as árvores e cercas. Era como se as aranhas tivessem se coordenado para fazer essa incrível instalação de arte paisagística”, relatou.
Inusitado – e belo -, de pertinho esse cenário não é tão confortável para admirar. Foi o que senti ao ver uma das imagens registradas por Crossley – uma série de aranhas sobre um véu que cobria uma.

Foto: Carolyn Crossley
A vereadora também é autora do vídeo que reproduzo no final deste post. No Facebook, ela usou o vídeo como chamariz para falar da importância de todos doarem para um fundo de emergência devido aos estragos provocados pela tempestade e pelos ventos. Veja:
“Não pude resistir a compartilhar esta teia ondulando na brisa. Isto obviamente se tornou viral. Portanto, considere fazer uma doação para o Fundo de Ajuda de Emergência de Gippsland. Podemos ver que a mãe natureza pode ser bela, mas também pode ser destrutiva. Como sabemos muito bem, as inundações e os furacões rasgaram Gippsland na semana passada. Inundando casas, destruindo fazendas e empresas e deixando cerca de 25 mil casas sem energia no auge da tempestade. E há milhares ainda estão sem energia em todo o estado”.
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Fontes The Age, BBC
Foto (destaque): Carolyn Crossley