
Quando era um filhote, em 1995, o ninho em que Thunder estava foi baleado por um caçador. Seu irmão morreu, mas ela sobreviveu, todavia, ficou cega do olho direito. A águia-branca-americana (Haliaetus leucocephalus), também conhecida como águia-de-cabeça-branca e águia-careca, é um símbolo dos Estados Unidos. A espécie só é encontrada na América do Norte.
Como tinha poucas chances de sobreviver na natureza, Thunder foi levada para o Moccasin Lake Nature Park, uma reserva natural em Clearwater, na Flórida. Ao longo dos anos, a fêmea já gerou, inclusive, filhotes. Ela se tornou uma embaixadora de sua espécie, participando de eventos de conscientização ambiental.
Na década de 60, essa ave majestosa beirou a extinção. Restavam pouco mais de 400 ninhos em todo o país. Seu principal inimigo era o pesticida DDT, que dez anos depois foi proibido e assim, juntamente com esforços de conservação, a população da águia-branca-americana começou a crescer gradativamente.
Recentemente, contudo, a equipe de cuidadores de Thunder, que já está com 30 anos, ficou preocupada com a piora de seu olho esquerdo, atingido pela catarata. Sem ele, ela corria o risco de ficar completamente cega. Decidiu-se então, para que a fêmea pudesse ter uma melhor qualidade de vida, por uma cirurgia.
Há poucos dias a águia passou pelo procedimento, que contou com a participação de vários médicos-veterinários. “Após a cirurgia bem-sucedida, seu olho foi limpo e, uma vez totalmente curado, Thunder deverá recuperar a visão, o que levará a uma melhor qualidade de vida”, celebrou a organização Raptor Center of Tampa Bay em suas redes sociais.

Foto: reprodução Facebook Raptor Center of Tampa Bay
A cirurgia de remoção de cataratas em animais não é inédita. Ela já vem sendo feita em outras espécies, como cães, também. No ano passado, outra águia-americana também passou pelo mesmo procedimento. Challenger também era um filhote quando foi necessário resgatá-lo, em 1989. Desde então ele vive em um centro de reabilitação e cuidados a aves de rapina.
Com a idade, Challenger desenvolveu catarata e foi operado pelos oftalmologistas da Escola de Medicina Veterinária da Universidade do Tennessee. “Ele é um símbolo americano e da conservação da vida selvagem. A catarata pode reduzir significativamente a qualidade de vida, especialmente para essas aves que dependem muito de sua visão”, afirmou na época Braidee Foote, que participou da cirurgia.
A águia-branca-americana
Apesar de em inglês a espécie Haliaetus leucocephalus ter o nome de águia-careca, ela possui penas em todo corpo (são aproximadamente 7 mil). O termo “bald” vem da palavra do inglês arcaico “balde”, que originalmente significava branco. Era a “águia da cabeça branca”.
Em geral, essa ave vive próximo a rios e lagos. Ela se alimenta basicamente de peixes, mas também pode comer outros animais, como pequenos mamíferos (esquilos, guaxinis e coelhos), e até aves aquáticas. Possui um bico curvo que serve para despedaçar suas presas.
Para conquistar seus parceiros, a espécie tem um ritual de cortejo especial, em que mostra sua força e agilidade. Aproximadamente de 5 a 10 dias, após a cópula, a fêmea coloca os ovos e o período de incubação dura cerca de 35 dias.

Foto: pixabay
A águia-americana tem um parceiro para a vida toda. Uma vez que um macho e uma fêmea tenham acasalado e procriado juntos, serão um casal para sempre.
Na vida selvagem, entre 70% e 80% das águias morrem antes de se tornarem adultas, por volta dos cinco anos. Aquelas que conseguem passar dessa fase, podem viver em torno de 20 a 25 anos. Em cativeiro, entretanto, a espécie sobrevive muito mais tempo – 40 ou 50 anos -, por estar em um ambiente seguro, ter alimentação garantida e cuidados veterinários.
*Com informações do Tampa Bay Times
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Foto de abertura: Cibi Chakravarthi on Unsplash