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Alvinho, tamanduá-bandeira albino monitorado desde 2022 no Mato Grosso do Sul, “está super saudável”

Alvinho, tamanduá-bandeira albino monitorado desde 2022 no Mato Grosso do Sul, “está super saudável”

Foi em dezembro de 2022 que apresentamos o Alvinho, raro tamanduá-bandeira albino descoberto em uma fazenda de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, aos nossos leitores. Fazia apenas dois meses que ele estava sendo monitorado pelos pesquisadores do Projeto Bandeiras e Rodovias, do ICAS – Instituto de Conservação de Animais Silvestrese o fotógrafo de conservação Luciano Candisani havia produzido retratos lindos dele, que viralizaram rapidamente nas redes (veja aqui).

Desde então, temos acompanhado seu desenvolvimento e divulgado algumas das capturas realizadas pela equipe de cientistas para conferir sua saúde. E sempre é uma alegria cada encontro, não só porque ele tem se desenvolvido bem, mas também porque, por ser albino, é mais vulnerável a predadores

E aqui vale um comentário sobre a cor de sua pelagem: com o tempo, devido ao contato com a terra – e ele adora se esfregar nela! – Alvinho foi ficando sujo e, de certa forma, “camuflou” seu albinismo, o que é positivo para sua proteção. Foi o que destacamos nas reportagens que publicamos em novembro do ano passado e em março deste ano (veja os links no final deste post).

Em todas as vezes que foi capturado, as notícias foram boas: ele estava se desenvolvendo normalmente e gozava de ótima saúde. E, em apenas dois momentos foi necessário trocar o colete com rádio transmissor usado para seu monitoramento.

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A primeira troca aconteceu em setembro de 2023. O motivo? Ele cresceu! A segunda é super recente: foi em 13 de novembro último – contamos agora em primeira mão! – e foi realizada porque a bateria do equipamento acabou, como conta Arnaud Desbiez, pesquisador e presidente do ICAS, que acrescenta:

“O novo colar foi ajustado perfeitamente e deve durar cerca de um ano e meio. Além disso, ele pode ser readequado caso haja necessidade, o que garantirá o conforto e a saúde do Alvinho. A boa notícia é que ele está super saudável. Apesar de estar um pouco menor que o esperado para sua idade – com 22 kg, enquanto o ideal seria entre 28 e 30 kg –, ele apresenta ótimas condições, conforme exames clínicos realizados”.

Alvinho, tamanduá-bandeira albino monitorado desde 2022 no Mato Grosso do Sul, “está super saudável”
Alvinho durante os exames: e como é pequenino!
Foto: Guto Akasaki

Ainda que pareça desagradável para Alvinho (e não é porque os pesquisadores são experientes e cuidadosos), seu monitoramento é crucial para que se compreenda como um tamanduá-bandeira albino interage com o ambiente. 

Alvinho, tamanduá-bandeira albino monitorado desde 2022 no Mato Grosso do Sul, “está super saudável”
Que língua comprida tem o Alvinho! É pra comer milhares de formigas e cupins por dia
Foto: Guto Akasaki
Alvinho, tamanduá-bandeira albino monitorado desde 2022 no Mato Grosso do Sul, “está super saudável”
Foto: Guto Akasaki

A equipe do projeto Bandeiras e Rodovias acompanha seu comportamento, a seleção do habitat e respostas a fatores como luz e temperatura, comparando-o com tamanduás-bandeira ‘normais’, da mesma faixa etária. Essas informações ajudam a identificar caminhos permeáveis para a locomoção e barreiras na paisagem.

Alvinho, tamanduá-bandeira albino monitorado desde 2022 no Mato Grosso do Sul, “está super saudável”
Os pesquisadores Grazielle Soresini, Pablo Dutra, Arnaud Desbiez e Débora Quintino após soltura de Alvinho
Foto: Guto Akasaki

Desde o início do monitoramento até agora, Alvinho passou por nove capturas para ajuste do equipamento e coleta de amostras biológicas. A cada encontro, os pesquisadores reforçam seu compromisso com a conservação e a saúde do animal, destacando a importância desses dados para compreender e proteger a espécie.

E o colete? Não machuca Alvinho?

A maioria dos tamanduás-bandeira monitorados pelo Bandeiras e Rodovias, recebem colete com rádio transmissor, que tem o objetivo de identificar os passos do animal e acompanhar o seu desenvolvimento. Dados que são fundamentais para o trabalho que vem sendo desenvolvido para a conservação da espécie.

Alvinho, tamanduá-bandeira albino monitorado desde 2022 no Mato Grosso do Sul, “está super saudável”
Foto: Edu Fragoso

E é natural nos sentirmos incomodados ao vermos os animais com coletes ou colares de monitoramento. A impressão que dá é que eles estão sendo tolhidos em seus movimentos, que machuca, que incomoda, mas esses equipamentos são desenvolvidos a partir de muita pesquisa.

O colete com rádio transmissor foi desenvolvido especialmente para tamanduás e estudado por uma equipe de médicos veterinários e biólogos ao longo dos anos para garantir que não atrapalhe em nada a vida dos animais. Por isso também são realizadas capturas: para que o equipamento seja ajustado, acompanhando seu desenvolvimento. 

Mitigação dos impactos das rodovias 

O ICAS é pioneiro no monitoramento do tamanduá-bandeira no Cerrado do Mato Grosso do Sul, com foco em estudos comportamentais e biológicos da espécie e no desenvolvimento de estratégias para mitigar colisões veiculares com a fauna silvestre.

Desde 2017, o projeto tem realizado um trabalho abrangente para a conservação do tamanduá-bandeira, incluindo pesquisas que aprofundam o conhecimento sobre o comportamento e as necessidades biológicas da espécie.

Além disso, o projeto se dedica à identificação e aplicação de medidas de mitigação para reduzir os impactos das rodovias na fauna. Entre 2017 e 2020, foram registrados 766 tamanduás-bandeira mortos em cerca de 14% das rodovias do estado, destacando a urgência de ações efetivas para proteger a biodiversidade local.
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Foto (destaque): Edu Fragoso

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