Quando Alvinho foi encontrado pelos pesquisadores do ICAS – Instituto de Conservação de Animais Silvestres em uma fazenda no Mato Grosso do Sul, em 2021, ainda vivia “pendurado” nas costas da mãe – como fazem todos os filhotes – e era bem clarinho, aloirado.
(desde 2017, por meio do projeto Bandeiras e Rodovias, a organização se dedica a estudos de conservação e monitoramento do tamanduá-bandeira no Cerrado do Mato Grosso do Sul e à elaboração de medidas de mitigação contra atropelamentos da espécie)
Albino, Alvinho chamava muito a atenção em contraste com a cor tradicional da mãe, acinzentada, o que preocupava a equipe devido à sua maior vulnerabilidade a predadores já que seria impossível se camuflar na vegetação do Cerrado, tornando-se uma presa fácil para o resto da vida.
Mas à medida que ele cresceu, tornou-se adulto e se independeu, seus pelos foram escurecendo. A cada encontro dos pesquisadores com ele, era notável a mudança de cor, como já havíamos contado neste post.
Esta semana, em seu Instagram, o projeto comentou novamente sobre o assunto, apresentando um vídeo que mostra como ele está ainda mais diferente: compare nas fotos abaixo.

Foto: Luciano Candisani
Não! Ele não deixou de ser albino! Isso é impossível. “O albinismo é uma desordem genética que limita a produção de melanina, gerando animais com pelagem de coloração clara ou aloirada”, explicam os pesquisadores. Portanto, ele sempre será albino.
Mas, então, o que pode estar acontecendo com ele? A resposta para tal transformação está em seu comportamento, como os cientistas já haviam observado: ele dorme no chão e toma banho nas poças de água cheias de terra.
E, assim, sem querer, Alvinho impede que sua condição genética o coloque em risco, prolongando sua existência na Terra para deleite dos conservacionistas e de todos que amam os animais.
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Foto: reprodução de vídeo









