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Iniciativa global promove busca por espécies de tubarões e raias desaparecidas há décadas

Iniciativa global promove busca por espécies de tubarões e raias desaparecidas há décadas

Tubarões e raias estão entre os vertebrados mais ameaçados do mundo. Trinta e seis por cento de todas as 1.250 espécies conhecidas correm o risco de serem extintas. E 428 delas já não são avistadas há mais de uma década, ou seja, podem já ter desaparecido da natureza. Para promover um esforço global de busca a algumas delas, a organização Re:wild acaba de lançar o desafio Search for Lost SharksA Busca pelos Tubarões Perdidos.

Em 2017, a Re:wild, organização fundada pelo ator e ambientalista Leonardo DiCaprio, juntamente com um grupo de cientistas que trabalha pela conservação ambiental, iniciou o projeto The Search for Lost Species, com o objetivo de reencontrar diversas espécies de animais e plantas que deixaram de ser observados por pelo menos dez anos em diversas partes do planeta.

Graças a ele, inúmeras espécies de peixes, mamíferos, aves e árvores foram redescobertas nos últimos anos e com isso, novas estratégias de conservação podem ser planejadas para a sua proteção. Nesse mais recente desafio, que conta com a parceria de diversas outras organizações, como a Save our Seas Foundation, a  Minorities in Shark Sciences e a Mission Blue, dez espécies de tubarões foram listadas inicialmente.

“Tubarões são vilipendiados na cultura pop, mas a triste realidade é que as populações globais de tubarões diminuíram 70% nos últimos 50 anos”, diz a bióloga marinha Christina Biggs, da Re:wild. “Quase um quarto de todas as espécies descritas não foram vistas vivas na natureza em mais de dez anos e isso é preocupante porque essas criaturas, com suas adaptações estranhas e fascinantes, desempenham um papel vital na saúde dos nossos ecossistemas oceânicos.”

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Entre as espécies que fazem parte da lista estão, por exemplo, a raia-da-nova-irlanda (Spinilophus armatus), da Papua Nova Guiné – que aparece na imagem que em destaque neste texto -, que tem um espinho venenoso na ponta da cauda e só documentada uma vez, quando foi originalmente descrita pela ciência, em 1825, ou ainda, o tubarão-fantasma-das Bahamas (Chimaera bahamaensis), que vive em águas profundas e avistado por cientistas uma única vez, há exatos 50 anos.

“Precisamos de oceanos saudáveis: eles nos dão comida e meios de subsistência, e regulam nosso clima”, ressalta James Lea, diretor executivo da Save Our Seas Foundation. “E oceanos saudáveis ​​precisam de tubarões, já que eles regulam o número e o comportamento das presas, circulam nutrientes pelo oceano e até nos ajudam a combater as mudanças climáticas, sendo sumidouros de carbono.”

Segundo uma pesquisa publicada no começo do ano, oito em cada dez espécies de tubarões e raias comercializadas no Brasil estão ameaçadas de extinção. Entre algumas das ameaças a esses animais em nosso país estão a venda de sua carne, nomeada genericamente como “cação”, e ainda, a matança para a retirada de suas barbatanas, enviadas de forma ilegal para abastecer o mercado da Ásia.

Em 2023, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) fez a maior apreensão de barbatanas de tubarão do mundo, envolvendo a morte estimada de 10 mil animais. Novamente, em 2024, as autoridades também já realizaram diversas operações com esse mesmo tipo de contrabando. Na mais recente delas, quase 400 kg de barbatanas foram recolhidas, em apenas uma semana, no Ceará.

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Foto de abertura: Muséum national d’histoire naturelle, CC BY 4.0, via Wikimedia Commons

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