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Valente, o bravo guerreiro

Salvo dos incêndios, Valente lutou bravamente por sua vida

Poucos dias após os incêndios que destruíram 80% da área do refúgio ecológico Caiman, no município de Miranda (MS), no Pantanal Sul, no começo de agosto, Valente foi encontrado numa localidade que tinha sido bastante atingida pelo fogo. A anta, um jovem macho, estava completamente apática. “Ele estava muito debilitado, desidratado. Nem conseguia levantar o pescoço”, diz Ricardo Corassa Arrais, veterinário do Onçafari. “Mas assim que oferecemos água, ele tomou dois baldes de uma vez só”.

Diversos profissionais, inclusive de outras organizações que atuam em projetos de conservação da fauna na Caiman, se uniram para avaliar as condições de saúde do animal e prestar os cuidados iniciais. Valente teve queimaduras severas nas quatro patas e também, nas pontas das orelhas. A situação era grave, ele corria risco de vida.

Levada então para um dos recintos do Onçafari na Caiman, ele começou um tratamento intensivo. Assim como Melancia, outra anta resgatada, vítima do fogo, Valente está recebendo aplicações de pomadas cicatrizantes, laserterapia e curativos com pele de tilápia, além da ozonioterapia, técnica que usa vapor de ozônio para melhorar a oxigenação dos tecidos. O processo de recuperação deve ser longo. “É um quadro sério, as queimaduras foram severas, mas temos observado uma evolução positiva”, revela Ricardo.

Valente tem aproximadamente um ano. Já estava numa idade em que não andava mais com os pais, pois começava a ganhar sua independência. Quem escolheu o nome para batizá-lo foi o guia Antônio Wendel Leite Ribeiro, o primeiro a encontrá-lo em agosto. “Durante o resgate, quem realmente localizou o Valente foi o Wendel e eu falei que ele deveria escolher um nome para a anta”, conta o biólogo Diogo Lucatelli, da equipe do Onçafari”. “Wendel disse então que o animal estava lutando muito pela vida, então deveria ser chamado de Valente.”

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Projeto Tapirapé

Há mais de dez anos, o Onçafari iniciou um projeto inédito de ecoturismo no Brasil. Nos moldes dos safáris da África para o avistamento de animais selvagens, mas aliando conservação e pesquisa científica, a organização começou a habituar as onças-pintadas na região da Caiman com a presença de veículos. Isso não significava que esses felinos se tornariam menos ariscos diante do ser humano, somente que não os veriam como uma ameaça iminente e, mantendo uma distância, turistas poderiam observá-los.

O resultado do projeto foi tão positivo, que em 2021, o Onçafari decidiu criar o Tapirapé, em nova parceria com a Caiman.

“O Tapirapé nasceu do desejo de multiplicarmos o sucesso de monitoramento, habituação, turismo e proteção da onça-pintada para outras espécies, e a escolhida foi a anta, um animal cujo comportamento na natureza já foi muito estudado, mas há muitas lacunas ainda de conhecimento, além de ser pouco avistado por turistas”, explica Diogo.

Assim como foi feito com as onças, o Tapirapé também faz a captura eventual (e temporária) de antas que passam a ser identificadas e monitoradas, fornecendo assim mais dados e informações para os estudos da espécie.

Melancia e o tratamento sendo realizado com pele de tilápia
Foto: divulgação Onçafari

Doações através do Recupera Pantanal

Para poder custear o trabalho de resgate e tratamento de animais, como Valente e Melancia, o combate aos incêndios e a compra de novos materiais, que foram destruídos pelo fogo, o Onçafari lançou a campanha Recupera Pantanal. Através do site é possível escolher um valor para ajudar o trabalho da equipe da ONG.

Ou então, você pode fazer um depósito diretamente pelo PIX 24.030.384/0001-53

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Foto de abertura: divulgação Fernando Faciole

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