Com pouco mais de três meses, cerca de 120 gramas, olhos grandes e pelo branco, o filhote de lêmure bailarino já conquistou o coração de todos no Chester Zoo, na Inglaterra. O novo morador do local foi apresentado ao mundo nos últimos dias de dezembro, após fazer as primeiras aparições em público, sempre grudado aos pais, Beatrice e Elliot.
Conhecido popularmente como lêmure bailarino, o sifaka-de-coquerel (Propithecus coquereli) está ameaçado de extinção. Desde 2018 ele foi classificado como ‘criticamente em risco’, ou seja, um passo antes de desaparecer da natureza.
“Esses primatas únicos são encontrados em apenas um lugar na Terra, nas florestas do noroeste de Madagascar. Infelizmente, a sua população está em declínio acentuado e o seu habitat tornou-se cada vez mais fragmentado, à medida que mais de 90% da floresta da ilha foi exterminada para dar lugar à agricultura e às atividades humanas”, diz Nick Davis, primatologista e curador de mamíferos do zoológico britânico.
Um dos mais renomados centros de conservação do mundo, o Chester Zoo tem um programa de reprodução em cativeiro de espécies ameaçadas. É muito importante ter pequenas populações saudáveis e com diversidade genética, mesmo fora do habitat natural, para assegurar um futuro para esses animais.
Ainda não se sabe o sexo do novo filhote. Isso só poderá ser confirmado mais adiante, quando ele se tornar mais independente dos pais e puder passar por exames veterinários.
Os lêmures sifakas conseguem ficar completamente eretos enquanto usam suas pernas para saltar de um lado para o outro no chão. Podem pular mais de 6 metros entre copas das árvores com um único salto!
“Nos próximos meses, o filhote ganhará confiança suficiente para começar a explorar o ambiente por conta própria”, revela Davis. “Uma nova chegada ao programa de reprodução é um enorme impulso para a espécie, especialmente porque o pequeno se juntará a apenas cinco outros sifakas-de-coquerel que vivem em zoológicos em toda a Europa, por isso cada adição é muito especial”.
Em fevereiro de 2023, como contamos nesta outra reportagem, o Chester Zoo já tinha dado as boas-vindas a outro filhote de lêmure bailarino, o primeiro do casal Beatrice e Elliot.
Madagascar é um país insular, situado perto da costa sudeste da África, único lugar do mundo onde os lêmures são encontrados na natureza. São mais de 100 espécies desses mamíferos.
Arborícolas, esses animais passam a maior parte do dia nas árvores, forrageando e cochilando. Além de frutas, também comem insetos, flores, folhas, sementes e fungos.
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Fotos: divulgação Chester Zoo