“Um fiel seguidor dos princípios de Jesus, Padre Julio Lancellotti é uma referência no acolhimento e no cuidado de quem mais precisa, sobretudo das pessoas em situação de rua da capital paulista. Tenho dito que não podemos tolerar a cultura do ódio no nosso país. Precisamos virar esta triste página da nossa história. Mais amor e solidariedade. Menos ódio e egoísmo. É disso que precisamos no Brasil e no mundo”.
Com essas palavras, o presidente Lula anunciou, no final de agosto, em seu perfil no X (ex-Twitter), sua decisão de condecorar o padre e ativista paulistano, coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo e pároco da Igreja São Miguel Arcanjo, com a medalha da Ordem do Mérito do Ministério da Justiça e Segurança Pública (grau de Grã-Cruz).
A condecoração foi publicada no Diário oOficial da União em 29 de agosto.
Hoje, 24/9, quase um mês depois, o ministro da Justiça, Flávio Dino, esteve em São Paulo para entregar a medalha e o diploma ao Padre Júlio, o que ocorreu durante celebração de missa na capela São Judas Tadeu, no bairro Mooca.
A cerimônia contou com as presenças do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, do arcebispo de São Paulo, cardeal Dom Odilo, do secretário executivo do Ministério da Justiça, Augusto de Arruda Botelho, do vice-governador do Maranhão, Felipe Camarão (PT) e o deputado Orlando Silva (PC do B/SP).
“Os moradores de rua vão usá-la também”
Durante a celebração, o padre convidou o instrumentista Emerson Silva Pavão – que está em situação de rua e toca na missa aos domingos -, para receber a homenagem a seu lado:
“Recebo com humildade e simplicidade essa comenda e essa Grã-Cruz. Pode ter certeza que os moradores de rua vão usá-la também”, declarou.
E o padre acrescentou: “Que cada um de nós esperemos respostas políticas, econômicas, sociais de defesa dos direitos humanos, mas reconheça nas pessoas em situação de rua irmãos e irmãs”.
Dino lembrou a ameaça sofrida pelo padre em agosto, por meio de um bilhete deixado na porta da igreja que dirige (contamos aqui) e contou que a distinção é concedida a pessoas que tenham prestado serviços relevantes ao país e aos brasileiros na área da Justiça e de segurança pública:
“É um trabalho de justiça e de segurança pública. Só existe segurança pública quando há plenitude de direitos para todos. Não há possibilidade de termos segurança na sociedade apenas com a ideia de que a polícia vai resolver tudo. Não vai. Por isso, esse trabalho do padre Julio Lancellotti tem tudo a ver com aquilo que acreditamos no governo”. E ainda acrescentou:
“O Padre Julio tem um trabalho social fundamental para São Paulo e para o Brasil, com atos de justiça e misericórdia, é uma inspiração, especialmente para aqueles que estão no governo. Infelizmente há pessoas que não compreendem. Houve uma grave ameaça e, por isso, Lula determinou este evento”.
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Foto (destaque): Ministério da Justiça e da Segurança Pública/divulgação
