Todos os dias uma equipe da organização de proteção à vida selvagem Sheldrick Wildlife Trust faz patrulhas aéreas no Parque Nacional de Tsavo, no Quênia, a fim de se certificar do bem-estar dos animais e impedir a caça.
Esta semana, numa dessas patrulhas, a equipe avistou um elefante e notou que ele estava ferido nas costas. Rapidamente, solicitou a presença de um veterinário e coordenou um plano para tratar do animal, mas já era muito tarde para inciá-lo naquele dia.
Assim que o dia seguinte amanheceu, a patrulha seguiu para o local na companhia do veterinário. Naquele setor específico do parque havia centenas de elefantes reunidos e foram necessárias muita observação e paciência para reencontrá-lo.
Assim que o avistaram, um dos agentes atirou-lhe um dardo com tranquilizante e a equipe desceu para fazer o atendimento.
O animal estava bastante machucado, mas a ferida – apesar de profunda – era recente e não causou maiores danos.
O veterinário drenou a ferida, removeu a flecha, limpou a área e aplicou argila verde para auxiliar na cicatrização. E ficou otimista sobre sua recuperação.
Quando o efeito do anestésico passou, o elefante se levantou e já conseguiu andar, deixando o veterinário e a equipe da Sheldrick Wildlife Trust bastante animados.
Ele continuará sendo monitorado para que sua recuperação total seja confirmada. Se necessário, os agentes interferirão novamente para garantir sua sobrevivência e proteção.
Preço do marfim e impunidade incentivam a caça
Infelizmente, este não é um caso isolado, e nem sempre a patrulha aérea chega a tempo de salvar os elefantes na região.
Os caçadores estão à espreita por toda parte e usam de diferentes meios para atingir seu objetivo: flechas e lanças envenenadas ou tiros certeiros. Em agosto do ano passado, um elefante muito jovem também foi atingido por uma flecha numa das pernas, mas felizmente foi atendido a tempo.
A caça furtiva com flechas tem aumentado de forma brutal, no último ano, devido ao preço do marfim, impulsionando a demanda. Para muitas comunidades empobrecidas, localizadas nos limites dos parques nacionais da região, isso é muito tentador e a única saída para driblar a fome.
Além disso, esse crime não é punido como deveria, bem parecido com o que acontece no Brasil. O governo queniano tem lutado para aumentar a pena para caçadores de elefantes e rinocerontes para 15 anos de prisão e, também, elevar as multas, mas ainda aguarda a decisão da Justiça.
A seguir, veja o vídeo da ação empreendida pela patrulha aérea e o trabalho do veterinário:
Leia também:
– Elefanta rouba a cena durante gravação de reportagem no Quênia
– Câmera flagra momento em que elefantas envolvem com muito carinho filhote recém-nascido no Quênia
– Morre Pocha, elefanta que foi trazida com a filha da Argentina para o Santuário de Elefantes Brasil
– Raríssimos filhotes gêmeos de elefantes são avistados e bem, apesar de temor que não sobrevivessem
– Caça por marfim pode ter sido responsável pela evolução de elefantes sem presas
_________________________
Com informações da Sheldrick Wildlife Trust
Fotos: reproduções do vídeo