Ele é o maior dentre todas as espécies de pinguins do mundo. Batizado de “imperador“, o Aptenodytes forsteri pode passar de 1 metro de altura e pesar até 40 kg. Se diferencia ainda dos demais pelas orelhas e o peito amarelados. Tendo como habitat o clima gelado da Antártica, nas últimas décadas esta ave enfrenta um inimigo que está, pouco a pouco, destruindo o seu lar: a mudança climática.
O pinguim-imperador depende do gelo marinho para atividades vitais como procriação, alimentação e muda de penas. Todavia, assim como em outras partes do planeta, o continente antártico tem sido afetado pelo aumento das temperaturas e com isso, sua cobertura de gelo tem diminuído ano a ano. Há poucos meses, a Antártica registrou 40 graus acima da média para aquela época do ano.
Por esta razão, o Departamento de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos anunciou oficialmente, nesta terça-feira (25/10), que o pinguim-imperador agora faz parte da Lista de Espécies Ameaçadas do país. Em 2021, o governo americano já tinha revelado sua intenção de incluir a ave nessa categoria.
Apesar de os pinguins serem endêmicos da Antártica, ou seja, só são encontrados lá e em nenhum outro lugar do mundo, cientistas acreditam que, como sua principal ameaça é a crise climática, é de responsabilidade de todos os países, inclusive, dos Estados Unidos, também fazer de tudo para evitar seu desaparecimento.
Em agosto do ano passado, um grupo de pesquisadores internacionais já tinha alertado que “se nada for feito para conter a crise climática, 98% das colônias de pinguim-imperador podem ser extintas“. Segundo o estudo, nos últimos 30 anos, houve uma redução de 60% na camada de gelo da Antártica. E as populações da espécie caíram em até 50% em alguns lugares.
Uma das principais características do pinguim-imperador são os
tons de amarelo na cabeça, no pescoço e no bico
(Foto: Paul Carroll on unsplash)
O pinguim-imperador tem o mergulho mais profundo e longo que qualquer outra ave, frequentemente atingindo profundidades de mais de 200 metros. Depois de encontrarem um parceiro, em geral macho e fêmea ficam juntos para o resto da vida.
Para aguentar as baixíssimas temperaturas do Polo Sul, o imperador possui uma camada dupla de penas que retem o calor do corpo e consegue ter grandes reservas de gordura. Seu bico e nadadeiras menores em comparação com outros pinguins também o ajudam a prevenir a perda de calor. Outra estratégia é estar sempre junto de seus pares para se esquentar, em grandes grupos, movendo-se em círculos de modo que cada um tenha espaço no centro aquecido.
Um pinguim adulto, à direita, sendo seguido pelo filhote, à esquerda
(Foto: Paul Carroll on unsplash)
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Foto de abertura: Grianghraf on Unsplash