O Maine é famoso pela lagosta. Aproximadamente 85% da pesca desse crustáceo nos Estados Unidos vem desse estado, que fica bem ao norte do país, na divisa com o Canadá. Mas há poucos dias, na Baía de Casco, um exemplar raríssimo foi encontrado e ganhou a atenção mundial: uma lagosta com uma coloração azulada e rosa, que por isso mesmo, é chamada de “algodão doce‘.
A raridade caiu na rede do pescador Bill Coppersmith, que tem mais de 40 anos de profissão. Diferentemente das lagostas que possuem um tom preto e alaranjado, esta é considerada um achado de um em 100 milhões. Segundo Mark Murrell, CEO da companhia Get Maine Lobster, para a qual Coppersmith trabalha, a coloração atípica é causada por uma mutação genética.
Na verdade, as lagostas obtêm sua cor de um pigmento e antioxidante chamado astaxantina e a forma desse composto muda quando outras proteínas se ligam a ele. A astaxantina é um dos pigmentos carotenóides responsáveis pelas cores vermelhas brilhantes de muitos animais e plantas, incluindo as de laranjas, tomates e penas de algumas aves.
Mas o que ocorre com as lagostas, que na água do mar aparecem em tons mais escuros, é que quando são cozidas, as ligações químicas que prendem as proteínas ao pigmento se quebram, liberando a astaxantina por toda a casca e pele, fazendo assim com que ela ganhe uma cor vermelho brilhante.
Entretanto, no caso de Haddie, como foi batizado o raro crustáceo – uma homenagem à neta do pescador -, ela possui uma variação na astaxantina.
Haddie, na esquerda, ao lado de uma lagosta “normal”
A lagosta raríssima será levada agora para um centro de vida marinha, o Seacoast Science Center, em Rye, New Hampshire. Por causa de sua coloração tão diferente, biólogos acreditam que ela se transformaria em um alvo fácil para outros predadores. “Esta é uma lagosta belíssima e queremos preservá-la”, diz Murrell.
*Com informações do site CNN, Sciente Alert e revista Nature
Leia também:
Suíça proíbe o cozimento da lagosta viva
Única raia gigante rosa do mundo é flagrada em ilha da Grande Barreira de Corais, na Austrália
Raia raríssima, chamada de ‘unicórnio dos oceanos’, é filmada na Grande Barreira dos Corais, na Austrália
Após dois anos, pesquisadores fazem novo registro de um guará branco, ave raríssima, com mutação genética
Neozelandeses lamentam morte de raríssima kiwi branca, ave símbolo do país
Fotos: divulgação Get Maine Lobster