Desde que foi lançado, em março deste ano, na Berlinale – Festival de Cinema de Berlim, o filme A Última Floresta, do diretor Luiz Bolognesi – com roteiro assinado por ele e Davi Kopenawa, xamã do povo Yanomami – tem participado de festivais pelo mundo, recebido boas críticas de especialistas, sido muito bem acolhido pelo público e colecionado prêmios.
No Brasil, participou de quatro festivais online e gratuitos: em abril, no É Tudo Verdade e rec•tyty (primeira edição do festival de arte indígena contemporânea); em junho, na Mostra Ecofalante de Cinema e no Festival Imagem dos Povos (junho). Em 6 de agosto, foi realizada a última exibição online, no site do filme.
Em junho, A Última Floresta voltou ao Panorama do Festival de Berlim, onde recebeu o Prêmio do Público e ainda participou do Festival de Seul, no qual foi considerado o Melhor Filme.
“A Última Floresta oferece uma potente experiência enquanto cinema que transcende fronteiras, raças e barreiras culturais com oportunas questões ambientais”, disseram os jurados de Seul. “Esperamos que este filme não seja sobre o fim da floresta amazônica. Esperamos que A Última Floresta ajude a transformar o mundo, ampliando a conscientização sobre o meio ambiente”.
Contei sobre os dois prêmios, aqui.
Em agosto, A Última Floresta participou do Festival dos Povos Originários de Montreal, no Canadá, conquistando o prêmio de Melhor Obra (cartaz abaixo), e do Festival Signs of The Night da Alemanha, onde foi reconhecido como Melhor Documentário.
“O documentário se destaca do gênero etnográfico convencional porque, com meios muito simples, sutis e puros, consegue criar uma bela imagem de um mundo místico a lutar por sua existência“, declarou o júri de Berlim.
E o filme de Bolognesi ainda vai estrear no Peru: participa da Competição de Documentários, na Seleção Oficial do 25° Festival de Cine de Lima, de 19 a 29/8, em formato virtual, por meio da plataforma PUCP em Casa. Quem sabe abocanha mais um prêmio.
Alerta poético
Muito auspicioso receber mais dois prêmios neste mês, reconhecido como Agosto Indígena, e também porque as duas premiações aconteceram no dia 8, véspera do Dia Internacional dos Povos Indígenas, que este ano foi marcado por um acontecimento muito especial: advogados indígenas protocolaram denúncia contra Bolsonaro no Tribunal de Haia, como contei aqui.
Os prêmios são quatro reconhecimentos internacionais que celebram a grandeza desta obra-prima de Bolognesi, que “mergulha nas florestas sagradas para retratar o cotidiano de um grupo Yanomami isolado, que vive em um território ao norte do Brasil e ao sul da Venezuela há mais de mil anos”.
Tenho contado sobre cada conquista dessa trajetória preciosa aqui no site. E, hoje, divulgo mais uma ótima notícia, que responde à ansiedade dos leitores que não puderam acompanhar as exibições do filme de Bolognesi nos festivais nacionais, mas sempre perguntam nas redes sociais “como posso assistir?”.
Este filme tocante sobre a magia e a resistência do povo Yanomami estreia nos cinemas em 9 de setembro.
Marque na agenda para não perder este alerta poético e urgente nestes tempos de ganância extremada e de ameaças aos povos indígenas, em especial os Yanomami, protagonistas desta história e cujos territórios são invadidos por garimpeiros desde os anos 70. Hoje, são mais de 20 mil invasores.
“O povo Yanomami resiste”, diz Bolognesi, sempre, em suas publicações nas redes sociais. Resistamos com ele.
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Foto: Divulgação
Parabéns a todos que lutam pela causa indígena, precisamos conscientizar o maior número de pessoas sobre a importância da preservação destes povos e de suas culturas e da nossa natureza…..grande abraço a todos. Minha admiração.