Um dos maiores primatas da Amazônia, o macaco-barrigudo (Lagothrix cana) pode ser encontrado nas florestas do Brasil, Peru e Bolívia, no entanto, a maior parte de sua distribuição geográfica ocorre em nosso país.
Todavia, o macaco-barrigudo, que já consta na Lista Vermelha, da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) como ameaçado de extinção, corre o risco de desaparecer já nas próximas décadas.
“Suas principais ameaças são a caça ilegal e o desmatamento (principalmente devido à agricultura e pecuária), com a consequente redução, desconexão e perda de seu habitat natural”, explica o biólogo Thiago Cavalcante, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).
Com a colaboração de cientistas de outras instituições brasileiras, Cavalcante publicou um artigo científico no periódico internacional Biodiversity and Conservation em que faz um alerta sobre as ameaças ao macaco-barrigudo.
Através desse trabalho, os pesquisadores descobriram que 23% do habitat do animal já foi perdido até 2002. E estimaram que outros 58% poderão sumir nos próximos anos, mais especificamente, até 2050, caso nada seja feito para conter as taxas atuais de desmatamento na Amazônia.
O macaco-barrigudo
Não existem ainda estimativas exatas sobre a população total do Lagothrix cana em toda sua área de ocorrência. Thiago Cavalcante esclarece que devido à distribuição geográfica muito ampla do macaco-barrigudo e à escassez de dados não se tem um número aproximado do total de indivíduos na natureza.
De pelagem acinzentada, essa espécie de primata mede pouco mais de 1 metro de altura e pode atingir até 12 kg. Poligâmico, o barrigudo vive em grupos, de aproximadamente 40 indivíduos. Sua alimentação é baseada predominantemente em frutos, mas também consome folhas e sementes.
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Fotos: Thiago Cavalcante (abertura) e Dennis Jarvis/Wikimedia Commons