
Foi uma surpresa. Uma bela surpresa. Há cerca de quatro meses a equipe de veterinários do Zoológico do Alto Boqueirão, em Curitiba, notou algo estranho no casal de arara-azul, que passava muito tempo no ninho.
“Estávamos na expectativa de que pudesse ter alguma coisa diferente em razão do comportamento do casal”, revelou Nancy Banevicius, chefe de Fauna do Zoo.
Pois dentro do ninho havia um filhote, já o quarto a nascer no local. Longe dos olhares dos visitantes, a ararinha está junto dos pais, em um recinto que garante seu desenvolvimento saudável nesses primeiros e tão importantes meses de vida.
A arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinu) é considerada vulnerável na escala de risco de extinção.
Maior ave entre os psitacídeos (papagaios, periquitos, araras, maritacas) – pode chegar a medir um metro da ponta do bico à ponta da cauda e pesar até 1,3 kg -, ela pode ser encontrada em diversos estados brasileiros, mas sobretudo, em regiões do Pantanal e da Amazônia.
Em um dos últimos censos realizados no país, havia apenas 4 mil araras-azuis soltas na natureza. Assim como outras espécies, a redução de sua população se deve à perda de habitat (desmatamento), à caça e ao tráfico ilegal de animais silvestres.

A ararinha ao lado dos pais
O filhote de Curitiba já está quase do tamanho dos pais e ensaia seus primeiros voos. Ficará junto do pai e da mãe por mais um ano, aproximadamente.
Não se sabe ainda se a ararinha é “menino ou menina”. Em aves, não é possível distinguir o sexo apenas pela anatomia física. Em breve, o time do zoo fará um exame de DNA para descobrir se o novo morador é macho ou fêmea.

Macho ou fêmea? A descoberta só será feita nos próximos meses
Curiosidades da arara-azul
Ave de imensa beleza, que atrai olhares principalmente pela coloração de suas penas, de um azul intenso, a Anodorhynchus hyacinthinu gosta de voar em pares ou grupos. Na vida selvagem, no final de tarde, costuma se reunir em bandos nas chamadas “árvores dormitórios”.
Por cerca dos sete anos, a fêmea já está pronta para se reproduzir. Em geral, coloca dois ovos, mas dificilmente ambos sobrevivem. São elas que chocam, ficando assim todo tempo no ninho, mas os machos são responsáveis por alimentá-las.
Depois do nascimento do filhote (período de incubação é de cerca de 28 dias), os dois cuidam juntos da ararinha.

O filhote do zoo de Curitiba já está praticamente do tamanho dos pais
Araras-azuis se alimentam das castanhas retiradas de cocos de duas espécies de palmeira: acuri e bocaiúva.
Essas aves são importantes indicadoras da saúde dos ecossistemas em que habitam, por isso sua preservação é tão importante.
*Com informações do site de notícias da Prefeitura de Curitiba e do WWF-Brasil
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Fotos: divulgação Luiz Costa/SMCS