Cigana, caixeira-viajante, cidadã do mundo, família sobre rodas. Estas são algumas das expressões que já usaram para se referir a mim e agora, à minha família.
Elas refletem não a vida que escolhi, mas a vida que me escolheu. Ou melhor, o que o destino acabou reservando para esta minha passagem pelo planeta. Na bagagem, tenho mais de 20 mudanças de casa, quatro países de residência (Brasil, Estados Unidos, Suíça e Inglaterra) e algumas dezenas de carimbos de entradas e saídas estampados nos meus passaportes.
O mais curioso é que quando eu tinha uns 20 anos, recém-chegada de uma mudança dos Estados Unidos para São Paulo, eu dava aulas de inglês e um aluno se ofereceu para fazer meu mapa astral. Eu aceitei a oferta e quando nos encontramos novamente, ele me disse: “Uau, você ainda vai viajar muito nesta vida!”…. Ha,ha,ha …. E não é que ele (e os astros) tinham razão?
Nasci em Curitiba (sim, adoro pinhão e polenta frita de Santa Felicidade), mas devido à profissão do meu pai, ainda pequena comecei as minhas andanças pelo Brasil. Nesta lista, entram lugares como Cruz Alta, no Rio Grande do Sul, Cascavel, no Paraná, além de capitais como Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.
Minha mãe costumava dizer que eu sempre chorava na chegada e na saída. Adaptação a uma nova cidade nem sempre é fácil e quando, depois de um período, eu estava acostumada, era hora de dizer “até logo” aos novos amigos.
Depois de me formar na faculdade, no Rio de Janeiro, e voltar finalmente a morar em Curitiba, achei que ia conseguir guardar as malas dentro do armário. Mas conheci quem viria a ser meu futuro marido e, surpresas da vida, ele também teria uma carreira que nos obrigaria a mudar mais algumas vezes.
Todavia, preciso confessar. Adoro viajar! Não exatamente a parte do avião, pois fico “um pouco” apreensiva na decolagem e na aterrisagem. Mas desbravar o mundo é comigo mesma. Conhecer novas culturas, tradições e valores, caminhar por lugares onde outros já estiveram há centenas de anos, provar comidas diferentes e se sentir “no lugar do outro”.
Ser cidadão do mundo é se abrir ao desconhecido. Tentar entender outros costumes, crenças, pontos de vista. É aprender a ser mais tolerante e generoso com as diferenças.
É óbvio, que com o passar dos anos, meus interesses no turismo mudaram um pouco. Mais jovem, precisava sempre conhecer a vida noturna das cidades. Hoje, com dois filhos, tenho que admitir que o ritmo é outro. Mais diurno, certamente!
E há mais de dez anos, comecei a escrever sobre sustentabilidade. Por isso, meu foco nas viagens também mudou um pouco. Não sou eco-xiita, mas virei uma “jornalista ativista” por um mundo melhor. A natureza e as ações em prol de sua proteção têm um valor enorme para mim.
Por isso, aqui no blog “Vamos lá?!”, meus textos sempre versarão sobre esses temas.
E por que “Vamos lá?!”. É uma expressão que se tornou um mantra aqui em casa, sempre que estamos prontos para um novo destino. Então, convido você a embarcar nessa nova jornada comigo!
Foto: arquivo pessoal/Praia de Scala dei Turchi, na Sicília
Parabéns!!!
Perfeito, querida Suzana, também somos do Vamos lá! E já estamos de antena em pé para ler suas histórias de viagens e vida. Muito em comum, embora tenhamos percorrido muito chão brasileiro de Toyota e ainda temos muito o que percorrer, com a Roda de Passarinho na bagagem. Felicidade te conhecer e… Vamos lá!