
O ator e diretor Wagner Moura é padrinho do projeto O Brasil de Verdade, que está oferecendo apoio financeiro para a produção de webdocumentários sobre a realidade de quem não tem voz na sociedade.
“A ideia é abranger a diversidade geográfica, lugares do Brasil historicamente alijados da produção audiovisual e vozes que, historicamente também, não têm tido a oportunidade de contar a sua própria história”, destaca Moura.
“O projeto quer chegar em acampamentos, em aldeias indigenas, quilombos, na periferia, pra que possamos escutar vozes que possam contribuir com o debate sobre o nosso futuro, sobre o país que a gente quer daqui pra frente”, e completa:
“Pra que a gente possa contar a história do país, refletir sobre a atualidade e apontar caminhos para o Brasil que invariavelmente tem a ver com diversidade, pluralidade e a histórica desigualdade”.
Não há restrição de idade ou classe social, mas o projeto prioriza jovens e brasileiros criativos que vivem em periferias, favelas, aldeias indigenas, quilombos, acampamentos e regiões que carecem de equipamentos culturais, tais como cinemas, teatros, bibliotecas, galerias, salas de concerto e museus.
O economista Eduardo Moreira – idealizador do Instituto Conhecimento Liberta (ICL) em parceria com o sociólogo e autor Jessé Souza, que promove a iniciativa – acrescenta:
““Em geral, o que acontece é que queremos não é a nossa, enquanto quem sofre clama desesperadamente para ser ouvido e visto. Pensando nisso, em criar narrativas fortes, verdadeiras e tecnicamente e esteticamente impecáveis, lançamos esta iniciativa revolucionária”.
Inscrição e seleção
As propostas selecionadas devem ser de diferentes regiões do país para destacar a expressão local e promover a igualdade de gênero, raça e etnia. E seus autores serão contemplados com bolsas de 50 mil reais (cada) – e uma possível orientação de Wagner Moura – para realizar os documentários.
A seleção será feita pelo conselho do ICL e sua equipe de curadores., e os critérios adotados são três:
1. relevância temática da proposta do webdocumentário;
2.. profundidade técnica e informativa da proposta e
3. trajetória do/a candidato/a e sua participação em equipes plurais.
Temas como racismo, guerras religiosas, extermínios de indígenas e de negros, a situação dos entregadores, o avanço das milícias no cotidiano das comunidades são alguns dos certamente estarão entre os mais contemplados.
“Espero que você se anime a contar a sua história!”
“Se você tem um projeto, quer falar sobre o local onde você vive ou sobre o país, inscreva-se!”, convida Wagner Moura.
“Com 50 mil reais você consegue levantar o seu documentário. Eu já me comprometi em ajudar no que eu puder, na seleção dos projetos e, se eu não conseguir, quero estar me contato com os realizadores contemplados, conversar com eles, ouvi-los… Acho o projeto incrível, então, no que eu puder ajudar, contem comigo!”.
E finaliza: “Espero que você que está assistindo a este vídeo (abaixo), nas diversas regiões do país, se anime a contar sua história e a participar do projeto”.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até 13 de junho pelo site do projeto.
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Foto: Reprodução de vídeo