Mergulhar com baleias, golfinhos e tartarugas já é possível em São Paulo, capital. Graças à tecnologia. De hoje (28/7) a 20 de agosto, a exposição Voz dos Oceanos dá um mergulho lúdico – e seco – que dá o gostinho do que é uma aventura no mar. E consegue!
De alguma forma, reproduz o que é ficar frente a frente com espécies majestosas por meio de projeções em tamanho próximo do real. O encantamento tem dois objetivos: diversão e educação ambiental com a Família Schurmann, a primeira família latino-americana a circunavegar o mundo em um veleiro (até 2021, foram três vezes) e a ver, pessoalmente, os impactos das mudanças climáticas nos oceanos.
Em agosto de 2021, com apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a família iniciou a expedição que agora dá nome à exposição – Voz dos Oceanos -, durante a qual visitou 60 destinos, entre eles, 11 cidades brasileiras.
“É muito importante que as pessoas saibam o que está acontecendo no mar hoje”, diz Vilfredo Schürmann, 75 anos, dos quais 40 vividos em viagens pelos oceanos com a família.
Plástico de uso único, o vilão: “Só na costa brasileira são mais de um milhão de toneladas de lixo plástico que vão para o mar. Os oceanos regulam o clima. Hoje temos muita chuva, muita seca. E por que isso tá acontecendo? Porque estão mexendo no mar”, explica ele.
Estima-se que, em 2050, haverá mais plásticos do que peixes nos rios e oceanos. O capitão da família enfatiza o poder das nossas escolhas para mudar esse cenário. ˜A gente pode fazer alguma coisa… o mais importante de tudo é: você vai ao supermercado? Leve sua sacola. A de plástico vai parar no mar”.
Entre desafios e soluções, é pelo exemplo que se prova o discurso. Réplicas de partes da veleiro KAT – a casa da família Schurmann longe da terra firme – ajudam a divertir e mostrar como é adaptar necessidades ao compromisso de ser sustentável. Tem horta, composteira e, até, uma máquina que tritura vidro e o transforma em areia. Ideias que podem ser adotadas em casa.
(o veleiro foi batizado com o nome da caçula da família, que nasceu na Nova Zelândia, foi adotada aos três anos e velejou com eles até 29 de maio de 2006, quando faleceu aos 13 anos devido a complicações decorrentes do vírus HIV, do qual era portadora desde seu nascimento)
A mostra ainda tem uma pequena praia para o visitante “colaborar” com a limpeza e outras interações que divertem as crianças. A exposição foi construída a partir de materiais reciclados e ecológicos.
Expor a gravidade do problema não tem a ver com espalhar desesperança ou ser alarmista. Tem mais a ver com o comportamento de experientes velejadores.
“No mar, quando o céu fica negro, a gente vê a tempestade, a gente se prepara. Abaixa a vela, faço logo um panela de sopa pra todo mundo comer e podermos enfrentar a tempestade. Pra mim, a gente pode enfrentar essa tempestade buscando inovação, acredito muito na tecnologia que vai trazer soluções… e acredito nas pessoas porque são as pessoas que vão fazer a diferença e nada de ficar nesse pessimismo”, ensina Heloísa Schurmann, a matriarca da família, aos 78 anos de idade, e animada com novas viagens pelo mundo.
VOZ DOS OCEANOS
De 28 de julho a 20 de agosto
Todos os dias das 14h às 22h
Shopping JK Iguatemi, na cidade de SP.
Ingressos (Sympla): R$ 30 (inteira) / R$15 (meia para estudantes, idosos e crianças 3 a 12 anos) com sessões a cada 10 minutos.
As sessões são guiadas por estudantes do Instituto Oceanográfico Júnior da Universidade de São Paulo. Segundo a organização, 100% do valor da bilheteria será doado para projetos de conscientização e educação ambiental liderados pelo Instituto Voz dos Oceanos.
A experiência é acessível com audiodescrições, braile, legendagem e pisos nivelados, tudo pensado para atender pessoas com necessidades especiais.
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Fotos: divulgação