A árvore mais alta da Amazônia e da América Latina – e quarta do mundo – está no Brasil, na Floresta Estadual (Flota) do Paru, no Norte do Pará, fronteira com Amapá: é um Angelim vermelho (Dinizia excelsa Ducke)com 88,5 metros de altura (similar a um edifício de 30 andares!) e 9,9 metros de circunferência, que deve ter entre 400 e 600 anos.
Ela foi identificada por imagens de satélite em 2019, mas somente depois de cinco expedições cientificas, um grupo de pesquisadores do Pará e do Amapá – que integra o Projeto Árvores Gigantes da Amazônia –, se deparou com ela, em setembro deste ano (contamos aqui).
O mais alto Angelim vermelho faz parte de um santuário de árvores de grande porte (cinco exemplares com mais de 80 metros de altura; a média no bioma é de 40 a 60 metros) localizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Iratapuru, onde vivem populações tradicionais que exploram a castanha de forma sustentável.
Fica na Flota do Paru, uma área de cerca de 3,6 milhões de hectares de majestosa biodiversidade – rios, cachoeiras, paisagens montanhosas e de savana -, que faz parte do maior bloco de áreas protegidas do mundo e é a terceira maior unidade de conservação de uso sustentável em uma floresta tropical.
Mas sua beleza e exuberância estão ameaçadas: ela é a quinta floresta mais desmatada na Amazônia, segundo dados levantados pelo Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia): de janeiro a outubro deste ano, foram devastados quase 10 mil km².
O potencial extrativista madeireiro e vegetal dessa área é enorme e tem atraído grileiros, madeireiros e garimpeiros, em especial nos últimos quatro anos. Nesse cenário, o governo do Pará, responsável pela gestão da Flota do Paru, precisa agir rapidamente.
Por isso, hoje, 15/12, organizações da sociedade civil e iniciativas coletivas (veja a lista abaixo) lançam a campanha online Proteja as Árvores Gigantes, dirigida ao governador Helder Barbalho, para reivindicar o cancelamento imediato dos Cadastros Ambientais Rurais (CARs) – que têm sido registrados de forma ilegal –, com o objetivo de impedir a escalada do desmatamento e a atuação dos criminosos.
A mobilização também reivindica a fiscalização, o controle e o monitoramento da área, “além do fomento de atividades econômicas sustentáveis que gerem em emprego e renda”.
Participam da campanha:
– Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia)
– Instituto O Mundo Que Queremos
– FAS (Fundação Amazônia Sustentável)
– FSC Brasil (Forest Stewardship Council)
– Rede Pró-UC (Rede Nacional Pró-Unidades de Conservação)
– Amazônia 2030
– Projeto Saúde e Alegria e
– Seja Legal com a Amazônia.
A mobilização online ainda visa tornar este patrimônio natural ameaçado mais conhecido dos brasileiros. Para que todos somem forças e ajudem a pressionar o governo do estado por sua conservação. O recado é muito claro: “Governador Helder Barbalho, #ProtejaAsÁrvoresGigantes!”.
A seguir, assista ao vídeo da campanha (publicado no YouTube do Imazon) e ajude a divulgá-la.
Foto: reprodução site da campanha