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“Vamos falar com o secretário-geral da ONU para que a COP de 2025 seja realizada no Brasil e na Amazônia”, declara Lula na COP27, no Egito

"Vamos falar com o secretário-geral da ONU para que a COP de 2025 seja realizada no Brasil e na Amazônia", declara Lula na COP27, no Egito

Nunca na história do Brasil um presidente eleito participou de uma conferência da ONU, nem foi tão aguardado pelos participantes como acontece com Lula nesta COP 27, no Egito. 

Em seu primeiro dia, ontem, 16/11, ele já se encontrou com John Kerry, secretário de estado dos EUA, e Xie Zhenhua, o maior diplomata climático da China, a portas fechadas. 

“Se querem paz, China e Estados Unidos são capazes de criá-la”, declarou sobre os líderes “que representam as duas maiores economias do mundo no debate climático”. 

COP30 no Brasil

Hoje, Lula participou de no Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, grupo criado pelos governadores dos estados amazônicos no início do governo Bolsonaro para se desvincular de sua posição em relação ao clima nas conferências da ONU. 

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E foi na presença deles que anunciou que reivindicará às Nações Unidas para que o Brasil seja o anfitrião da COP climática em 2025. 

“Vamos falar com o secretário-geral da ONU e pedir para que a COP de 2025, seja feita no Brasil e na Amazônia”. Um tapa com luva de pelica em Bolsonaro que, pouco tempo depois de assumir a presidência, cancelou a realização da COP25, que aconteceria em 2019 em Salvador, na Bahia. 

Como as conferências da ONU seguem rotatividade regional, daqui três anos a COP de clima deve acontecer em um país latino-americano.

De acordo com a Folha de SP, Lula deve se reunir amanhã com António Guterres, secretário-geral da ONU, visto que ele está em Bali, na Indonésia participando do encontro do G20 (grupo das nações mais ricas do planeta), que começou ontem, e deve retornar ao Egito ainda hoje.

“Se a Amazônia tem o significado que tem para o planeta Terra, se tem a importância que todos vocês dizem que tem, que os cientistas dizem que tem, nós não temos que medir nenhum esforço para convencer as pessoas de que uma árvore em pé, uma árvore viva, vale mais do que uma árvore derrubada”, destacou Lula.

Em sua declaração, ele ainda citou os possíveis estados que poderiam abrigar a COP30 – Amazonas e Pará -, dizendo que os considera ideais para receber o mundo, na ocasião. E, assim, atendeu a um pedido do governador Helder Barbalho, do Pará, feito pouco antes, durante o pronunciamento de abertura do encontro: 

“Além de propor que a COP aconteça no Brasil, queria lhe pedir que o senhor ofereça a Amazônia para sediar a COP em 2025, para que nos possamos levar o planeta para debater a Amazônia conhecendo a Amazônia”. Muito assertivo.

Carta da Amazônia 

Barbalho leu a leitura da Carta da Amazônia, principal motivo para o convite feito ao presidente eleito para visitar a COP27.

“Expressamos a disposição em construir uma relação profícua e eficaz com o governo federal, baseada no respeito democrático, na observância da Constituição e do diálogo com os poderes constituídos nas esferas estadual e federal”, diz trecho do documento que ainda destaca que a autonomia dos governos, conquistada desde 2019 devido à posição negacionista de Bolsonaro, deve ser respeitada. 

“Os estados da Amazônia alcançaram um nível de capacidade de relacionamento com organismos internacionais, com a sociedade civil, com instituições financeiras e, até mesmo entre si, que deve ser incentivado e não pode mais retroceder”.

No texto, os governadores lembram que a Amazônia foi dilacerada, principalmente nos últimos quatro anos, em nome do progresso, mas este não melhorou a vida da população local, ao contrário. “O modelo de desenvolvimento vigente, para ser economicamente pujante, trouxe o custo de ser ambientalmente devastador e socialmente excludente”.

E acrescentam que é preciso mobilizar empresários, além de “aperfeiçoar as capacidades humanas e institucionais” para que o desenvolvimento baseado na bioeconomia – o único que manteria a floresta em pé e garantiria dignidade para o povo amazônico – seja possível. 

“É necessário conjugar os saberes técnico e ancestral para que o potencial produtivo da Amazônia se expresse por meio do aproveitamento racional das vocações da região e com retorno justo e equânime para as populações locais”.

Fotos: Ricardo Stuckert

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