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Roraima, Mato Grosso e Pará foram responsáveis por 82% do desmatamento na Amazônia em fevereiro

Roraima, Mato Grosso e Pará foram responsáveis por 82% do desmatamento na Amazônia em fevereiro

O desmatamento na Amazônia teve uma alta de 2% em fevereiro em comparação ao mesmo período de 2025. Apesar de parecer pouco, é a quinta maior área devastada da série histórica para o mês e representa uma perda florestal que equivale a 425 campos de futebol por dia, revela o novo relatório divulgado pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), com dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD).  

Três estados concentraram 82% dessa destruição:  Roraima (37%), Mato Grosso (34%) e Pará (11%), lembrando que este último sediará a Conferência das Nações Unidas para o Clima, em novembro, a COP30.

O Imazon divulgou ainda o acumulado do desmatamento, que vai de agosto de 2024 até julho de 2025, e o total até fevereiro indica um crescimento de 17% em relação ao mesmo intervalo do ciclo anterior, alcançando 2.129 km², uma perda do mesmo tamanho ao território da cidade de São Paulo.

“Não seria bom para o Brasil, em um ano tão decisivo como o da COP30, fechar este calendário com números em alta. O governo, e órgãos de fiscalização precisam agir agora para reverter essa tendência e mostrar ao mundo um compromisso real com a preservação da Amazônia”, ressalta Carlos Souza Jr, coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon.

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Segundo o instituto, foi registrado também aumento nos índices de degradação da Amazônia, quando não há o corte raso da floresta, consequência de queimadas e extração madeireira. Em fevereiro deste ano, a alta foi de 15 vezes aproximadamente ao mesmo mês de 2024, impactando uma área de 211 km2.

Gráfico mostra a tendência de alta no desmatamento em 2025 em comparação ao ano passado
Imagem: Imazon

Já quando se considera o calendário do desmatamento, o salto é ainda maior. A degradação florestal chegou a 33.807 km², comparado a 5.805 km² no período passado. E nesse caso, o Pará é o principal responsável pela devastação, respondendo por 75% do impacto, atingindo inclusive, terras indígenas e unidades de conservação.

“É preocupante ver que esses números continuam presentes nas Unidades de Conservação e Terras Indígenas, já que elas deveriam estar devidamente protegidas por serem lugares estratégicos de conservação da biodiversidade e da sobrevivência e exercício da cultura originária. Por isso, é essencial que os órgãos de comando e controle reforcem a defesa delas e garantam uma maior proteção às populações locais”, alerta Manoela Athaide, pesquisadora do Imazon.

Degradação florestal teve um salto acentuado nos últimos meses
Imagem: Imazon

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Foto de abertura: Fotos Públicas

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