
O lago Baringo fica no Vale do Rift, na região central do Quênia, na África. Ao longo dos últimos anos, suas águas têm subido, mas em 2020, chegaram a um nível nunca visto antes, inundando casas em vilarejos próximos e colocando em risco a sobrevivência de um pequeno grupo de girafas, que vivia na Ilha de Longicharo.
As girafas foram reintroduzidas na ilha em 2001, como parte de um projeto de conservação. Chamadas de girafas de Baringo ou Rothschild (Giraffa camelopardalis rothschildi), elas são uma subespécie da girafa do norte. Considerada uma das mais altas dentre todas as espécies, podendo chegar a até 6 metros de altura, essas girafas do Quênia estão em risco de extinção. Estima-se que restem apenas 1.400 indivíduos na vida selvagem.
Por isso, mesmo que somente nove girafas estivessem na Ilha de Longicharo, sua retirada do local era tão importante. Elas poderiam começar a sofrer com a falta de alimentos e acabar isoladas pela água. A operação de resgate começou em dezembro do ano passado. Com apoio do Serviço Nacional de Vida Selvagem do Quênia, a organização Northern Rangelands Trust organizou toda a ação.
Foram construídas balsas para transportar as girafas através do lago até uma outra área, um santuário, com mais de 1.500 hectares, na região de Ruko. Os animais foram levados um a um. Para que se sentissem confortáveis dentro da balsa, elas foram atraídas com sua fruta favorita, manga.
Todavia, no final do ano, uma das fêmeas do grupo deu à luz a um filhote, batizado de Noelle (por causa da proximidade com o Natal). Com isso, foi necessário adiar a viagem da mãe e da girafinha, até que esta última ficasse maior e mais forte para a travessia.

Travessia de uma das nove girafas
Mas esta semana, a Northern Rangelands Trust celebrou o sucesso da operação de resgate. Todas as nove girafas já estão em seu novo lar!
O santuário também trará muitos benefícios para a comunidade local. Vai abrir novas vagas de trabalho para seus moradores e também, estimular o ecoturismo. A ideia é trazer outras girafas do Quênia para viverem ali e assim aumentar a população da espécie e garantir a segurança genética através da reprodução entre um maior número de indivíduos. Atualmente há apenas um macho no grupo.

A chegada da filhote, Noelle, no santuário

O grupo está se adaptando bem ao novo lar
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Fotos: divulgação Northern Rangelands Trust
Que estas lindezas sejam felizes com seu bebê no grupo. Parabéns à equipe; não deve ter sido fácil mas conseguiram; missão cumprida e COMPRIDA.