*Atualizado em 07/11/23
Infelizmente o projeto da startup brasileira Belterra Agroflorestas não foi um dos vencedores do Earthshot Prize 2023. Confira quem foram os escolhidos neste link.
Segue texto original da reportagem.
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Entre 1.100 indicações do mundo todo, a startup brasileira Belterra Agroflorestas foi escolhida entre os 15 finalistas do Earthshot Prize, premiação criada pelo Príncipe William, através da Royal Foundation of the Duke and Duchess of Cambridge. Desde 2020, a iniciativa reconhece soluções para os maiores problemas ambientais da atualidade e anualmente cinco vencedores recebem um fundo de £1 milhão para ajudar a ampliar e colocar em prática seus projetos.
O anúncio dos finalistas de 2023 foi feito esta semana durante o Earthshot Innovation Summit, evento realizado juntamente à Assembleia Geral da ONU e a Semana do Clima, em Nova York.
Com sede em Curitiba, a Belterra nasceu no mesmo ano do Earth Shot. Fundada por Valmir Ortega, que tinha um longo currículo de atuação ambiental no Brasil, a startup tem como principal objetivo transformar áreas degradadas em florestas produtivas. Para tal, faz parceria com pequenos e médios proprietários rurais, fornecendo apoio e incentivos para ajudar na adoção de práticas regenerativas.
O trabalho visa não apenas a proteção de florestas, mas também a geração de renda para famílias do campo e o desenvolvimento de formas sustentáveis para produzir, por exemplo, cacau, cupuaçu, açaí, pupunha, mandioca e banana, dentre outras espécies brasileiras.
“A solução da Belterra para anos de má gestão da terra e desmatamento no Brasil coloca as pessoas em primeiro lugar. Reconhecemos que, para restaurar e proteger eficazmente os nossos recursos naturais e o ambiente, e para enfrentar as alterações climáticas globais, devemos também considerar as necessidades dos agricultores que trabalham arduamente todos os dias para garantir que tenhamos alimentos para comer”, afirma Ortega.
Valmir Ortega, à esquerda, e Marcelo Pereti, sócio e CFO da startup,
durante anúncio dos finalistas do Earthshot Prize
(Foto: divulgação Belterra)
Atualmente, além da sede administrativa no Paraná, a startup possui operações no Pará, Bahia, Mato Grosso, Rondônia, Piauí e Minas Gerais, trabalhando com a recuperação florestal em áreas da Amazônia e Mata Atlântica.
Segundo a Belterra, nesses últimos três anos já foram regenerados 2 mil hectares de terras, que agora são agroflorestas.
“É uma honra participar deste prêmio onde estão presentes projetos maravilhosos, de vários lugares do planeta. Para nós, que trabalhamos com recuperação florestal, é extremamente importante levar o exemplo do que estamos aprendendo e realizando aqui, para o mundo. Nosso objetivo é mostrar que é possível replicar projetos como esse em outros lugares. Por isso, não há como expressar a alegria, que esta indicação representa”, diz Daniela Canisso, diretora executiva do Instituto Belterra (ao centro do trator, na imagem que abre este texto).
O Earthshot Prize é dividido em cinco categorias: natureza, ar, oceanos, clima e resíduos. Além do prêmio de £1 milhão, cerca de R$ 6 milhões, todos os finalistas recebem orientação, recursos e suporte técnico do Earthshot Prize Fellowship Program, um programa de um ano para acelerar o crescimento das soluções e aumentar a rede de conhecimentos dos envolvidos.
O anúncio dos grandes vencedores será feito no dia 7 de novembro, durante uma cerimônia em Singapura.
Entre os membros do conselho do Prêmio Earthshot estão a Rainha Rania da Jordânia, Al Abdullah, a atriz Cate Blanchett, o naturalista David Attenborough e a estilista Stella McCartney.
Príncipe William durante evento realizado em NY
(Foto: divulgação Belterra)
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Foto de abertura: divulgação Belterra/Earthshot Prize