Foram mais de 43 mil quilômetros voando sem utilizar uma única gota de combustível fóssil, mas somente a energia gerada pelo sol. Dezesseis meses após levantar voo de Abu Dhabi para mostrar ao mundo que é possível haver um futuro mais limpo e sustentável no planeta, o avião solar suíço – Solar Impulse – pousou novamente em seu ponto de partida.
O desafio da aventura idealizada por Bertrand Piccard e André Borschberg envolveu tecnologia de ponta e muita persistência. Esta madrugada, ao chegar nos Emirados Árabes Unidos, a dupla comemorou o feito. “Acabamos de assistir ao nosso sonho compartilhado ser realizado, tornar-se realidade. É com grande emoção que faço este último post em nosso blog sobre nossas viagens ao redor do mundo com um avião solar”, escreveu Piccard. “Emoção, lágrimas, alívio e alegria é o que estamos sentindo neste momento”.
O pouso histórico em Abu Dhabi, que completa a travessia ao redor do planeta
O início da aventura foi em março de 2015. O trajeto pelo Hemisfério Norte foi escolhido propositalmente por oferecer mais áreas terrestres, onde, caso houvesse algum imprevisto, o avião solar pudesse pousar. Além disso, a equipe escolheu o período da primavera-verão, acima da linha do Equador, para que o Solar Impuse pudesse ter o maior número de horas de sol possível para recarregar suas baterias.
Do centro de comando em Mônaco, a equipe do avião solar controlou cada minuto dos voos, que eram realizados em sistema de revezamento pelos dois pilotos. Foram feitas paradas na Índia, Miamar, China, Japão e Estados Unidos. O voo mais longo, de 71 horas, foi na travessia do Oceano Atlântico, quando o Solar Impulse decolou de Nova York em direção à Espanha.
Borschberg e Piccard admitem que dificilmente será possível ter aviões solares sendo usados para o transporte aéreo de pessoas. A aviação comercial é um dos principais emissores de CO2, dióxido de carbono, gás principal responsável pelo aquecimento global.
O que os dois visionários suíços realmente queriam, ao voar pelo mundo no avião com asas de uma envergadura de 72 metros e completamente cobertas por 17 mil células solares, era provar que a nova tecnologia é viável e sustentável e pode ser usada em diversos setores da economia. Durante toda a aventura, onde pararam, Piccard e Borschberg falaram com autoridades, celebridades e crianças de escolas sobre energias renováveis e um futuro mais limpo para o planeta. Para eles, #futureisclean!
Ao completar a jornada, os pilotos e empreendedores revelaram que continuarão trabalhando em prol da implementação de soluções de eficiência energética através de um Comitê Internacional para Tecnologias Limpas, criado por ambos. Um dos projetos iniciais será o desenvolvimento de drones solares.
Leia também:
Solar Impulse faz voo emocionante sobre a Estátua da Liberdade
Avião movido a energia solar e biocombustível fará travessia do Atlântico
O Hyperloop vem aí!
Um carro com teto solar: de verdade
Fotos: divulgação Solar Impulse