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Shakira se solidariza com jogador de futebol iraniano, Amir Nasr-Azadani, condenado à morte por defender os direitos das mulheres. Assine a petição!

Atualizado em 10/1/2023
Amir Nasr-Azadani: jogador de futebol iraniano foi considerado culpado por “participar de protestos de inimizade contra Deus” e em relação ao assassinato de três agentes de segurança, sendo condenado a 16 anos de prisão. Sua pena de morte foi anulada, enquanto que, no mesmo julgamento (considerado uma farsa por grupos de direitos humanos), três outros manifestantes foram condenados à morte. A seguir, a notícia original escrita em 19/12/2022.
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“Hoje, na final da Copa do Mundo, só espero que os jogadores em campo e o mundo inteiro se lembrem que existe um homem e companheiro de futebol chamado Amir Nasr, no corredor da morte, apenas por falar em favor dos direitos das mulheres“.

Este foi o texto do tweet que a cantora colombiana Shakira publicou ontem, pouco antes do jogo entre a Argentina e a França, na Copa do Mundo do Qatar. Em outro post, completou: “Espero que haja mais do que um minuto de silêncio em nossos corações para lembrar o que é importante e mais de uma voz unida gritando pelo que é justo(veja os dois tweets no final deste post).

Sim, teria sido uma linda oportunidade para um protesto, no entanto, Amir Nasr-Azadani não foi lembrado na festa de encerramento da polêmica competição mundial.

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(A Copa deste ano esteve envolta em denúncias de corrupção (o governo teocrático do Qatar pode ter pago uma bolada à FIFA para abrigar o mundial) e de desrespeito aos direitos de trabalhadores, migrantes e mulheres, inclusive durante os preparativos para a realização da competição, como contamos aqui).

Em 17 de dezembro, a cantora divulgou a petição online que pede para que a sentença de morte seja anulada e foi assinada (até 15h47 de hoje) por 1.356.198 de pessoas. “A luta pela igualdade e pelos direitos humanos deve ser elogiada e não punida, me solidarizo com Amir Nasr”, declarou Shakira. Assine a petição! E compartilhe.

A revolta das mulheres iranianas

Desde que Mahsa Amini, 22 anos, apareceu morta em Teerã, em setembro, após ser detida pela polícia da moralidade do governo iraniano, por não usar o hijab (lenço obrigatório, quepara cobrir os cabelos) em público, milhares de mulheres têm ido às ruas de seu país para exigir o fim da opressão e clamar por liberdade.

Entoando três palavras que, juntas, parecem um mantra – “Zan, Zindagi, Azadi“, que significa “mulher, vida, liberdade”, elas têm atraído cada vez mais pessoas para as manifestações que explodiram e tomaram uma proporção inimaginável.

Mesmo reprimidas com brutalidade pelo governo do Irã, elas continuaram a gritar. Queimaram lenços nas ruas, cortaram os cabelos, e muitos homens se juntaram a elas nas ruas.

O movimento chegou à Copa do Mundo, no Qatar, onde os jogadores da seleção iraniana se recusaram a cantar o hino do país e espectadores levaram cartazes para a arquibancada, pedindo liberdade para as iranianas.

Cerca de 500 mulheres já foram mortas e outras 1.800 presas, mas elas não se intimidam: querem ter seus direitos reconhecidos e respeitados. Querem um basta! E já fizeram algumas conquistas: conseguiram a promessa do governo de dar fim à polícia da moralidade e reavaliar a obrigatoriedade do uso do lenço.

E, por essa luta, que atravessou fronteiras, as mulheres iranianas foram escolhidas pela revista Time como Heroínas do Ano (como contamos aqui).

O caso de Amir

O atleta de 26 anos, zagueiro do clube iraniano Iranjavan FC, participou de uma dessas manifestações em 25 de novembro. Dois dias depois, foi preso, acusado de traição e também das mortes de oficiais que reprimiram o ato político.

A Justiça ainda o acusa de “participar de grupo armado e organizado que pretende atacar a República islâmica do Irã”. No início deste mês (portanto, em meio à Copa), Amir recebeu a sentença à pena de morte e pode ser enforcado em praça pública.

Logo que a sentença foi divulgada, Ali Karimi, ex-astro da seleção iraniana, defensor aguerrido dos protestos, apoiou o jogador em seu Twitter: “Não executem Amir”. E atletas do futebol árabe se manifestaram publicamente para pedir a libertação de Amir.

No Twitter, a Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol (FIFPRO) declarou seu desagravo (abaixo) e busca uma solução pacífica, em nome dos direitos humanos, para que a sentença seja anulada.

“A FIFPRO está chocada e enojada com relatos de que o jogador de futebol profissional Amir Nasr-Azadani enfrenta a execução no Irã depois de fazer campanha pelos direitos das mulheres e a liberdade básica em seu país. Nos solidarizamos com Amir e pedimos a remoção imediata de sua punição”.

Na cerimônia final da Copa do Mundo, não houve qualquer movimento em seu apoio, como desejava Shakira. Nem um reles minuto de silêncio.

A data para a execução de Amir ainda não foi divulgada.

Enquanto isso, em Washington DC, nos EUA, em frente ao Capitólio, manifestantes silenciosos têm instalado retratos de jovens mortos (executados) pelo governo do Irã durante as manifestações por Mahsa Amini. Nas imagens abaixo (reproduções de vídeos compartilhados por Shakira em seu Twitter), a foto da iraniana está à direita. Muito triste e revoltante! Assista aos vídeos: aqui e aqui.

Para que tentar evitara que Amir faça parte desse “jardim”, mobilize-se, compartilhe informações e assine a petição divulgada por Shakira.

Em frente ao Capitólio, em Washington DC, nos EUA, retratos de mulheres e homens executados pelo governo do irã, em manifestações por Mahsa Amini, são espalhados pelo jardim / Fotos: reproduções de vídeos publicados no Twitter

Fotos: reprodução redes sociais

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