
Enquanto a Califórnia ainda se recupera de um dos incêndios mais devastadores de sua história e outros estados lidam com a destruição provocada por dois furacões no final do ano passado, o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tomou posse na manhã desta segunda-feira (20/01), já anunciou em seu discurso que nas próximas horas assinará cerca de 100 ordens executivas, entre elas, diversas que representam um completo retrocesso ambiental. Infelizmente, algo que já era esperado.
Assim como em sua gestão anterior, Trump irá retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris, compromisso assinado por quase 200 países, em 2015, para reduzir as emissões de carbono e dessa maneira, tentar frear o aumento da temperatura na Terra. Logo que assumiu o governo, em 2021, seu sucessor, Joe Biden colocou o país de volta no acordo e revogou a permissão para um polêmico oleoduto.
Com a decisão, o país norte-americano agora aparece ao lado das outras três únicas nações – o Irã, a Líbia e o Iêmen – que não endossam o compromisso global.
O presidente afirmou ainda que irá assinar um decreto de “emergência energética“. Ele dará apoio total a instalação de novos oleodutos, confirmando assim sua parceria com as principais companhias de combustíveis fósseis do mundo, que contribuíram financeiramente para sua campanha. Vale ressaltar que os EUA atualmente já estão produzindo quantidades recordes de petróleo e gás natural.
Trump disse que dará fim ao Green New Deal, programa lançado por Biden com investimentos para a economia verde, que o novo ocupante da Casa Branca considera “políticas de extremismo climático”. Entre as medidas estão o fim aos subsídios para a compra de veículos elétricos e o arrendamento de grandes parques eólicos “que degradam nossas paisagens naturais e não atendem aos consumidores de energia americanos“. Trump revogou um decreto do governo anterior que estipulava uma meta para que pelo menos 50% dos carros vendidos no país até 2030 fossem movidos à bateria.
No site do novo governo, há um comunicado dizendo que o presidente “liberará a energia americana, simplificando as autorizações e revisando para revogação todas as regulamentações que impõem encargos indevidos à produção e ao uso de energia, incluindo mineração e processamento de minerais não combustíveis.”
Diversas organizações de proteção ambiental já demonstraram repúdio às ações anunciadas e ressaltaram que lutarão na justiça para revertê-las. “Vamos lutar contra ele a cada passo”, falou à CNN Kierán Suckling, diretor executivo do Centro para Diversidade Biológica, um grupo sem fins lucrativos focado na proteção de espécies ameaçadas de extinção que processou os governos Trump e Biden. “Continuaremos a lutar pela justiça climática e por um planeta habitável, independentemente do que nos aconteça nos próximos quatro anos.”
*Texto sendo atualizado à medida que novos dados são divulgados. Com informações da CNN, The Guardian e The New York Times
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Foto de abertura: @Donald Trump/ Fotos Públicas
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