A parceria entre a Agência Públicade Jornalismo Investigativo e a ONG Repórter Brasil (liderada pelo jornalista Leonardo Sakamoto) tem rendido bons frutos. Um deles é o especial Por Trás do Alimento, que criaram para dissecar tudo o que acontece no mundo do agronegócio e dos agrotóxicos, com o envolvimento do governo federal. Este é um projeto muito bacana, lançado em dezembro do ano passado, ainda sob os auspícios do governo Temer, mas já com a consciência de que o de Bolsonaro não daria trégua nesse quesito. A gente só tem que aplaudir!
E agora, os dois nos brindam com mais uma iniciativa interessante e importante: o Robotox. Um robô que avisa, pelo Twitter, toda vez que o governo Bolsonaro aprovar a liberação do registro de um agrotóxico ou de um ingrediente para novas composições no Brasil.
As atualizações serão feitas com base nas publicações do Diário Oficial da União. Assim, sempre que uma liberação for feita, o robô vai disparar tuítescom a ficha completa: marca do produto, classificação toxicológica e as culturas indicadas para uso, nome comercial da empresa que o produz ou comercializa e cidade sede dessa empresa.
Mas não pense que elevai trabalhar apenas quando houver novos registros. O perfil será atualizado diariamente e também informará o número de pesticidas liberados desde o início de 2019, além da quantidade de produtos comercializados, hoje, no Brasil.
“Criamos essa ferramenta para os cidadãos poderem acompanhar, de perto e com informações oficiais, todos os novos produtos agrotóxicos que forem liberados no mercado brasileiro. É preciso que essa política tenha mais transparênciae seja mais debatida com a população”, explica Natalia Viana, co-diretora da Pública.
Para acompanhar as atualizações, é só seguir a conta @orobotox e, quando compartilhar, usar a hashtag #Robotox.
De janeiro até agora (maio), foram liberados pelo Ministério da Agricultura, sob o comando de Tereza Crisitina, conhecida carinhosamente como a “musa do veneno”, os registros de 166 venenos. Importante dizer que, desses, 48 são considerados extremamente tóxicos pela Anvisa e por órgãos internacionais.
A farra dos agrotóxicos se iniciou com o governo Temer, que, só no ano passado liberou 450 registros. Um recorde! Com um detalhe: os ingredientes ativos já eram comercializados no país, então, os novos registros dizem respeito à autorização para uso em novas culturas, para a novas empresas poderem fabricar em nosso território ou para a produção de novas composições. Tudo novo!
Ferramentas pela transparência
Se você acompanha o Conexão Planeta, a Agência Pública e a Repórter Brasil, sabe que esta é a segunda ferramenta com dados sobre agrotóxicos lançadas por essa parceria.
A primeira foi no mês de março, com a reportagem sobre a contaminação da água por agrotóxicos: um mapa que revela o nível de toxicidade da água em cidades brasileiras, que publicamos, aqui, no site.
“Nos dois casos, trabalhamos para dar transparência a dados que são públicos”, afirma Ana Aranha, jornalista da Repórter Brasil.
Ilustração: Divulgação/Pública e Repórter Brasil
Cheguei à conclusão de que o único jeito é rezar para os quatro anos passarem logo e o povo votar de novo, dessa vez sem pisar na bola e sem dormir no ponto porque, verdade seja dita, ninguém votou enganado, o voto foi democrático e livre, azar de quem votou e dançou; animais, florestas e índios que se cuidem até lá, se der tempo e deixarem Deus salvá-los, acima de tudo e de todos.