O Brasil possui alguns dos primatas mais ameaçados do mundo e entre eles está o pequeno sauim-de-coleira (Saguinus bicolor), que pode ser encontrado apenas em uma pequena área do estado do Amazonas e em nenhum outro lugar do mundo. A espécie é classificada como ‘criticamente em risco de extinção’, ou seja, um estágio antes de desaparecer por completo da vida selvagem, segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).
Para ajudar nos esforços de conservação e tentar salvar esse macaquinho brasileiro da extinção, o governo federal anunciou na quarta-feira (05/06), Dia Mundial do Meio Ambiente, a criação da unidade de conservação (UC) Refúgio de Vida Silvestre do Sauim-de-Coleira, uma área de 15,3 mil hectares, no município de Itacoatiara, no Amazonas.
Além dela, também foi criada a UC Monumento Natural das Cavernas de São Desidério, na Bahia, que tem como principal objetivo proteger cavernas e o patrimônio espeleológico da região.
Segundo comunicado divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente, a área de 16 mil hectares abriga os maiores salão de caverna e lagos subterrâneos conhecidos no país, além de importantes sítios arqueológicos.
As duas novas unidades de conservação estão situadas em locais com altos índices de desmatamento e agora, ganhando amparo público para sua proteção, a expectativa é que a biodiversidade possa ser preservada.
Desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a presidência e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, passou a gerir a pasta, já foram criadas oito novas unidades de conservação, somando uma área total de 638 mil hectares.
Durante o evento realizado em Brasília ontem, no Palácio do Planalto, entre as várias medidas anunciadas para o setor, estava a instituição do Programa Nacional de Conservação e Uso Sustentável dos Manguezais, o PróManguezal, que coordenará ações federais para conservação, recuperação e uso sustentável da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos associados aos manguezais. A meta é não apenas proteger esses importantes habitats de vida marinha, mas garantir o sustento de mais de 500 mil famílias que dependem diretamente de seus recursos.
“Não é mais uma questão de ativista, não é mais uma questão universitária, não é mais uma questão, como se dizia antigamente, de bicho grilo. A questão ambiental é um chamamento à responsabilidade dos seres humanos, que são considerados de todas as espécies animais os mais inteligentes do planeta, para que não destruam a sua casa, para que não destruam o seu barco, para que não destruam o ar que respiram, para que não destruam a água que bebem”, disse Lula.
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Foto de abertura: Whaldener Endo, CC BY-SA 4.0 via Wikimedia Commons
