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Reino Unido anuncia doação de R$ 500 milhões para o Fundo Amazônia

O presidente Lula está em Londres para acompanhar a cerimônia de coroação do Rei Charles III, que será realizada amanhã, 6/5, na Abadia de Westminster. Ele foi convidado pelo próprio rei por intermédio da Embaixada Britânica em Brasília. E assim que aceitou o convite, tratou de marcar uma reunião com o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak.

O encontro aconteceu hoje e já rendeu uma ótima notícia: o premiê anunciou que seu país investirá 80 milhões de libras, cerca de R$ 500 milhões – ao longo de três anos -, no Fundo Amazônia, e ainda declarou que a decisão é um reconhecimento pelo trabalho e pela liderança de Lula no tema da preservação ambiental.

Segundo a comunicação da Presidência da República, o Brasil é o quarto país que mais recebe recursos do International Climate Finance (ICF), principal programa britânico para financiamento de projetos na área ambiental, com recursos de 260 milhões de libras, cerca de R$ 1,4 bilhão.

O presidente brasileiro por sua vez, agradeceu pelo aporte ao Fundo Amazônia e disse que este é o momento de “tentar restabelecer uma normalidade” nas relações entre o Brasil e o Reino Unido. Para Lula, há “possibilidades enormes” de aumento das trocas comerciais entre os dois países.

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Nas redes sociais, celebrou: “Em Londres, me encontrei com o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak. Tivemos uma boa conversa sobre nossas relações comerciais, proteção do meio ambiente e a paz no mundo“.

Ainda hoje, à noite, Lula participa de recepção no Palácio de Buckingham oferecida pelo rei, que reunirá dezenas de chefes de Estado convidados para a coroação.

Floresta em pé

Em conversa rápida com jornalistas, no escritório do político inglês, reafirmou os compromissos do Brasil com a questão climática e o combate ao desmatamento, destacando que todos os países precisam cumprir os acordos internacionais firmados no âmbito das conferências da ONU.

“Os países mais pobres precisam efetivamente receber ajuda para manter a floresta em pé e o clima que a sociedade precisa”, destacou sobre o financiamento prometido por países ricos nas negociações internacionais.

Favorável ao Brasil

No ano passado, o comércio bilateral movimentou US$ 6,5 bilhões, registrando alta de 15% em comparação com 2021.

As exportações brasileiras para os britânicos somaram US$ 3,7 bilhões, porém representam menos de 2% do total das vendas externas do país. As importações foram US$ 2,8 bilhões.

O saldo é favorável ao Brasil. As áreas com mais investimento do Reino Unido são extração, financeira e transporte.

O que é e como vai o Fundo Amazônia

Criado em 2008, durante o segundo mandato de Lula, o Fundo Amazônia investe em ações de combate ao desmatamento e de promoção da sustentabilidade na região ao investir em projetos locais.

Gerido pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), funciona como uma espécie de crédito que outros países dão ao Brasil pelos bons resultados de suas políticas ambientais.

O governo federal tem autonomia para decidir sobre a aplicação do dinheiro, mas depende das decisões do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa) e do Comitê Técnico do Fundo Amazônia (CTFA).

Entre as instituições financiadas pelo fundo estão o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), o Corpo de Bombeiros militares (em seus programas de proteção florestal) e órgãos ambientais estaduais.

O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), responsável pelo monitoramento ambiental por satélites, também recebe apoio do fundo. E os governos dos estados podem ter projetos aprovados e beneficiados por ele também. De 2011 a 2017, por exemplo, o governo do Amazonas recebeu R$ 17,5 milhões para reflorestar o sul do estado, região bastante pressionada pelo desmatamento.

No entanto, durante a gestão de Bolsonaro, o Fundo Amazônia ficou congelado. Tanto o ex-presidente como o ex-ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, queriam utilizar o fundo com outros fins, entre eles pagar grileiros. No entanto, os maiores doadores do fundo, Noruega e Alemanha, suspenderam os apoios e o valor acumulado até então – R$ 2,9 bilhões – ficou congelado até 2 de janeiro deste ano, quando Lula assinou decreto que o restabeleceu, entre outras medidas.

Mas a satisfação com a retomada do fundo, por parte da Noruega, por exemplo, parou por aí: em março, o país declarou que só fará novos repasses após resultados do combate ao desmatamento.

Durante a visita de Lula aos Estados Unidos, em fevereiro, o presidente Joe Biden prometeu apoio ao Fundo Amazônia, que foi aventado pela imprensa em R$ 50 milhões (“uma merreca”). No entanto, em abril, Biden anunciou doação de R$ 2,5 bilhões, dividida em cinco anos, que ainda será negociada por ele com o Congresso americano.

Assista a trecho da conversa entre Lula e Rishi Sunak publicada pela ministra do meio ambiente, Marina Silva, em seu Instagram: “Em encontro oficial com o presidente Lula, em Londres, o primeiro ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, anunciou investimento de R$ 500 milhões no Fundo Amazônia. Na ocasião, o presidente reafirmou o compromisso com o desmatamento zero até 2030”, escreveu.

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Foto: Ricardo Stuckert/PR

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