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Refúgio ecológico Caiman reabre após incêndios no Pantanal e promove o turismo regenerativo

Refúgio ecológico Caiman reabre após incêndios no Pantanal e promove o turismo regenerativo

Uma das principais vocações do Pantanal é o ecoturismo. Em meio à maior planície alagável de água doce do mundo, os turistas podem contemplar a abundante fauna pantaneira. Em poucos lugares do mundo, é possível ver de perto espécies como onças-pintadas, jacarés, tamanduás-bandeiras, antas ou ainda, a belíssima arara-azul.

Mas em agosto, a beleza do Pantanal deu lugar a cinzas e fumaça. Incêndios devastaram cerca de 15% do bioma. Assim como aconteceu em 2020, o fogo se alastrou sem controle, derrubando árvores e matando animais. Uma das propriedades atingidas foi o refúgio ecológico Caiman, localizado no município de Miranda, no Mato Grosso do Sul. O impacto do incêndio foi tão grande – 80% da propriedade foi queimada -, que ela anunciou o fechamento da operação hoteleira por quase dois meses.

Durante os últimos 60 dias, o que se viu na Caiman foi uma união de esforços e muito trabalho. Vários projetos de conservação são realizados nos 53 mil hectares da propriedade, em parceria com o Instituto Tamanduá, Instituto Arara Azul e o Onçafari. Nesse período, essas organizações fizeram, por exemplo, a busca e o resgate de animais feridos e promoveram mutirões para poder oferecer suplementação de alimentos àqueles sobreviventes – como você pode observar nas imagens ao longo dessa reportagem, feitas pelo fotógrafo Fernando Faciole, que registrou tudo de perto.

Refúgio ecológico Caiman reabre após incêndios no Pantanal e promove o turismo regenerativo
Pedaços de frutas e outros alimentos foram colocados próximos a
fontes de água para os animais
Foto: Fernando Faciole

Ontem, no domingo, 29/09, a Caiman reabriu suas portas. O refúgio ecológico, inaugurado em 1985, um projeto pessoal do empresário e ambientalista Roberto Klabin, é uma referência no Brasil, ao aliar turismo e conservação. E diante da tragédia recente, um novo conceito faz parte agora do dia a dia daqueles que trabalham ali ou o visitarão: o turismo regenerativo, que tem como objetivo ir muito além do chamado turismo sustentável ou da conservação. Com o regenerativo a ideia é não apenas conservar, mas também regenerar e provocar um impacto positivo no destino visitado.

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Turismo com propósito

A partir de agora, após a reabertura, além dos safáris, trilhas e passeios de canoa, a Caiman oferecerá a seus hóspedes a oportunidade de estar com guias e biólogos e aprender mais sobre a biodiversidade pantaneira e como é essencial tornar o bioma mais resiliente à crise climática. Quando houver necessidade de suplementação de alimentação aos animais, os visitantes poderão participar dessas atividades.

Ou ainda, ajudar na montagem e dispersão de bombas de sementes ou no plantio das mais de 1.500 mudas de espécies nativas, como o manduvi, piúva ou acuri, que dão os frutos com os quais as araras-azuis se alimentam ou usam seus troncos para fazer seus ninhos.

Refúgio ecológico Caiman reabre após incêndios no Pantanal e promove o turismo regenerativo
Bióloga da equipe do Instituto Arara Azul confere as condições de um dos ninhos artificiais
instalados no alto de uma árvore: estamos em plena época de reprodução da espécie
Foto: Fernando Faciole

Para Klabin, um apaixonado pelo Pantanal, o mais recente incêndio deve ser tomado como aprendizado e uma nova forma de se entender o bioma. “A grande lição para a Caiman, e acredito que para outras propriedades, é aumentar a resiliência e adaptá-la a esse futuro de queimadas que virão”.

Refúgio ecológico Caiman reabre após incêndios no Pantanal e promove o turismo regenerativo
Pouco a pouco os animais voltam aos locais queimados pelo fogo
Foto: Fernando Faciole

Entre as medidas colocadas em prática estão a construção de mais poços para que os animais encontrem água quando os rios da região estiverem secos e a instalação de abrigos em áreas abertas, próximos a essas fontes de água, para que diferentes espécies da fauna encontrem um refúgio seguro em situações de queimadas. O projeto surgiu depois que onças e jaguatiricas foram observadas se escondendo em manilhas, ao fugir do fogo e buscando temperaturas mais amenas.  

“Nunca fomos só um hotel, nem só uma fazenda, mas um grande propósito de vida e é esse o sentimento que se espalha entre todos que participam dessa jornada. Respeitamos o passado – e os ensinamentos trazidos pelo fogo – e olhamos para o futuro com otimismo e a certeza de que a natureza pantaneira é tão única quanto potente”, destacou Luciana Fabbri, gerente de operações da Caiman, no vídeo que você assiste ao final dessa reportagem.

Crianças que vivem e estudam na Caiman aprendendo sobre o que está sendo feito
para recuperar a fauna e a flora impactadas pelos incêndios
Foto: Fernando Faciole

Ajude trabalho das organizações que atuam no Pantanal

Ainda há muito a ser feito para recuperar os prejuízos causados pelo fogo. Se você quiser fazer parte dessa jornada, pode fazer sua contribuição financeira para as organizações que atuam na Caiman:

Onçafari 
PIX 24.030.384/0001-53

Instituto Arara Azul
PIX 05.910.537/0001-02

Instituto Tamanduá
PIX apoie@tamandua.org

 
 
 
 
 
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Foto de abertura: Fernando Faciole

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