PUBLICIDADE

Quase três anos depois, acusados no caso da naja de Brasília são condenados, mas só prestarão serviços comunitários

Quase três anos depois, acusados no caso da naja de Brasília são condenados, mas só prestarão serviços comunitários

Em julho de 2020, o caso do jovem picado por uma naja trazida ilegalmente para o Brasil e que foi parar no hospital ganhou repercussão em todo o país. Investigações feitas na época apontaram que o então estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkuhl estava envolvido no tráfico de animais silvestres.

A serpente que picou Lehmkuhl era uma Naja kaouthia. Ela é originária do sudeste asiático e por sorte, o Instituto Butantan, de São Paulo, tinha o soro antiofídico.

No apartamento do traficante, no Distrito Federal, foram encontrados mais de 20 répteis. Sete serpentes eram exóticas, ou seja, não são nativas do Brasil. Entre elas havia uma víbora-verde-voguel. Segundo a apuração da polícia, ele já comercializava cobras desde 2017, ano em que começou a realizar a reprodução delas e vender filhotes, que chegavam a custar até R$ 500 reais.

Após a picada, a naja foi abandonada no terreno perto de um shopping, mas a Polícia Milita Ambiental conseguiu localizá-la e ela foi levada para o Zoológico de Brasília e em seguida, para o Instituto Butantan. Naquele ano, Pedro e um amigo, colega no curso de veterinária, chegaram a ser presos temporariamente, mas foram soltos depois de apresentação de habeas corpus por seus advogados. Lehmkuhl já tinha sido multado em R$ 60 mil pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A mãe e o padrasto dele também pagaram R$ 8,5 mil cada um, por terem dificultado a ação de resgate da naja.

PUBLICIDADE

Agora, quase três anos depois, a justiça do Distrito Federal condenou quatro pessoas envolvidas no caso: Lehmkuh, a mãe, o padrasto e o amigo, Gabriel Ribeiro de Moura.

A Polícia Civil tinha indicado onze suspeitos, mas o Ministério Público aceitou a denúncia contra apenas quatro deles. Todos os condenados tiveram suas penas convertidas em serviços comunitários. Entretanto, ainda cabe recurso dos envolvidos contra a decisão.

Confira abaixo do que foram acusados cada um deles e as penas estabelecidas:

Pedro Henrique Krambeck Lehmkuhl: condenado por crimes ambientais como vender e manter em cativeiro espécies exóticas, além de maus-tratos contra animais. A pena de 14 meses de prisão em regime aberto foi convertida em prestação de serviços comunitários;

Rose Meire Lehmkuhl (mãe): condenada por crimes ambientais, fraude processual e corrupção de menores. Pena convertida em prestação de serviços comunitários;

Tenente-coronel da PMDF Eduardo Condi (padrasto): condenado por fraude processual e corrupção de menores. Pena convertida em prestação de serviços comunitários;

Gabriel Ribeiro de Moura: condenado por fraude processual e corrupção de menores. Pena convertida em prestação de serviços comunitários.

Quase três anos depois, acusados no caso da naja de Brasília são condenados, mas só prestarão serviços comunitários

O estudante foi picado pela naja e ficou internado, em coma, no hospital por vários dias
(Foto: reprodução redes sociais)

*Com informações e parte do texto da reportagem do portal G1

Leia também:
200 serpentes, entre elas algumas das mais venenosas do mundo, são capturadas em mega operação contra o tráfico de animais
Mais de 1 milhão de tartarugas marinhas foram mortas pelo tráfico ilegal nos últimos 30 anos
Contra o tráfico, tecnologia inédita ajuda a PF do Amazonas a identificar a origem de animais vendidos em criadouros
Milhões de aves, tartarugas, mamíferos e peixes estão sendo retirados da Amazônia pelo tráfico

Foto de abertura: divulgação Zoológico de Brasília/Ivan Mattos

Comentários
guest

0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Notícias Relacionadas
Sobre o autor