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Professora da UNB, Mercedes Bustamante, é eleita membro da Academia de Ciências dos Estados Unidos

Pesquisadora da UNB, Mercedes Bustamante, é eleita membro da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos

Fundada em 1863 pelo governo do então presidente Abraham Lincoln, a National Academy of Sciences (NAS), a Academia de Ciências dos Estados Unidos, tem como missão fornecer aconselhamento independente e objetivo em assuntos relacionados à ciência e tecnologia. Os cientistas são eleitos por seus pares por suas contribuições notáveis à pesquisa. Recentemente a entidade anunciou a eleição de 120 novos membros, dos quais 30 são estrangeiros e entre eles está a pesquisadora Mercedes Bustamante.

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com mestrado em Ciências Agrárias (Fisiologia Vegetal) pela Universidade Federal de Viçosa e doutorado em Geobotânica – Universitat Trier, na Alemanha, Mercedes é atualmente professora do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UNB). A cientista é considerada uma das maiores autoridades do Brasil em estudos de mudanças climáticas, assim como no bioma Cerrado.

Em 2020, ela apareceu na lista do portal Web of Science, que divulga os nomes mais citados do mundo em publicações e trabalhos científicos.

Nascida no Chile, mas também com nacionalidade brasileira, Mercedes é membro da Academia Brasileira de Ciências. “Neste momento de dificuldades que temos vivido no Brasil, com cortes drásticos no investimento de bolsas de pós-graduação, na pesquisa, na manutenção de nossas instituições, é importante mostrar que a ciência brasileira aparece lá fora, que o investimento feito tem um retorno para o país. E, ao mesmo tempo, é uma marca para mostrar que o país tem grupos de pesquisa que são competitivos também no exterior”, disse ela em entrevista ao jornal Correio Braziliense.

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Este ano, dos 120 novos membros da Academia de Ciências dos Estados Unidos, 59 são mulheres, um número recorde para a NAS. Entre elas também está a física de astropartículas Angela Villela Olinto. Professora da Universidade de Chicago, ela nasceu em Boston, mas ainda bebê foi para o Rio de Janeiro, já que a família era brasileira. Ela é formada pela PUC, mas depois continuou sua carreira nos Estados Unidos.

“O número histórico de mulheres eleitas este ano reflete as contribuições críticas que estão fazendo em muitos campos da ciência, bem como um esforço da academia para reconhecer essas contribuições e o valor essencial de aumentar a diversidade em nossas fileiras ”, afirmou Marcia McNutt, presidente da instituição.

Atualmente a NAS conta com  2.461 membros. Deste total, 511 não são cidadãos americanos. Mercedes Bustamente se junta a outros seis brasileiros que já fazem parte da Academia de Ciências dos Estados Unidos: Aloisio Araujo, Vanderlei Bagnato, Luiz Davidovich, Ivan Izquierdo, Carlos Nobre e Jacob Palis. 

Aproximadamente 500 membros atuais e falecidos da NAS ganharam o Prêmio Nobel e a publicação Proceedings of the National Academy of Sciences, criada em 1914, é hoje um dos mais importantes e reconhecidos periódicos científicos internacionais.

“Eu espero (que a indicação) seja um estímulo para que tenhamos cada vez mais mulheres dentro da carreira acadêmica. Hoje, já vemos que há mais mulheres nos cursos de graduação em relação aos homens. A dificuldade vem nas etapas posteriores da carreira acadêmica, pelas dificuldades no mercado de trabalho, de conciliar isso com a maternidade, por exemplo. Eu acho importante mostrar que isso é possível e que as instituições devem colaborar”, ressaltou Mercedes em sua entrevista ao Correio Braziliense.

*Texto atualizado às 20h para incluir o nome de Angela Olinto que também faz parte agora da Academia de Ciências dos Estados Unidos.

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Foto: Secom/UnB

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