A Amazônia é o maior hotspot de biodiversidade do planeta. Dentro da maior floresta tropical do mundo e ao seu redor, encontram-se milhares e milhares de espécies de animais e plantas, muitas delas, ainda completamente desconhecidas para a ciência. Por isso mesmo, todos os anos, pesquisadores fazem novas descobertas ali. E agora há uma a mais sendo investigada: uma possível espécie inédita de piranha, que já ganhou o apelido de “Juma“.
Alguns indivíduos dessa piranha foram encontrados em rios do Amapá e do Pará. A principal característica que a difere de outras espécies, da família do pacu, são algumas pintas nas escamas, de cor amarelo brilhante, que fazem lembrar as rosetas da onça-pintada – daí o nome “Juma”, em referência à personagem da novela Pantanal, que se transforma no felino.
Pesquisadores do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa) já estão analisando indivíduos coletados, todavia, o processo de descrição de uma nova espécie pode demorar anos, até finalmente ser revistado por especialistas da área e publicado em artigo. Antes disso é preciso diversos exames em laboratório para comparação genética com outras espécies, além de estudos na literatura científica.
Os cientistas do Iepa contaram sobre a investigação da nova espécie durante o Encontro Brasileiro de Ictiologia, no Rio Grande do Sul, realizado no final de setembro. Foi lá que, através de uma votação, que envolveu internautas ainda, o nome “Juma” foi escolhido. As outras opções eram “Onça” e “Jaguar”.
“Nós temos exemplares desse mesmo grupo no Rio Tapajós e no Rio Madeira. Aqui no Amapá, ela foi encontrada no Rio Jari e no Rio Oiapoque. Provavelmente com o tempo ela vai ser encontrada em outras coleções, vai ser classificado e essa distribuição vai aumentar”, contou a doutora em zoologia, Cecile Gama, pesquisadora do Iepa, à reportagem do portal G1.
Piranhas são observadas em rios, lagoas e lagos de diversos países da América do Sul. Importantes para o equilíbrio biológico de seus ecossistemas, esses peixes omnívoros, com tendências carnívoras, têm dentes afiados e mandíbulas fortes. Em geral, se alimentam de outros peixes, crustáceos, moluscos, répteis, como filhotes de sucuri, e carcaças de outros animais descartadas na água. Mas sua dieta inclui ainda sementes, frutas e algas.
A palavra “piranha” vem do tupi-guarani e significa peixe (pira) com dente (ranha).
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Foto: Rede Amazônica/Reprodução