O câncer continua sendo um dos principais desafios da medicina moderna. Ele é a segunda causa das mortes que acontecem no mundo anualmente, com 9,6 milhões de vítimas. Apesar de, quando detectado cedo, alguns tipos da doença terem tratamento e grandes chances de cura, em outros casos, ele pode ser extremamente agressivo e fatal.
Por isso mesmo, há tanta expectativa em relação às pesquisas realizadas na área oncológica. E uma delas, divulgada esta semana, pode salvar muitas vidas.
Cientistas da Universidade de Queensland, na Austrália, desenvolveram um teste de sangue, que tem o resultado revelado em apenas 10 minutos, e detecta a presença de células cancerígenas no corpo humano. Os pesquisadores se basearam em um pedaço de DNA específico, encontrado em todos os tipos de câncer.
“A principal vantagem da técnica é ser muito barata e extremamente simples, então pode ser adotada facilmente”, diz Laura Carrascosa, pesquisadora da universidade australiana, em entrevista ao jornal The Guardian.
Em pesquisas preliminares, o teste teve uma precisão de 90% na detecção de células malignas. Mas os cientistas explicam que, quando e se aprovado, ele seria o primeiro passo para uma investigação feita mais a fundo por um médico especialista.
A partir de agora, começará a fase de pesquisa clínica, que definirá a viabilidade e a confiabilidade do exame, envolvendo um número maior de pessoas e diferentes tipos de câncer.
Atualmente, o diagnóstico da doença é feito através de uma biópsia, que faz a retirada de uma parte de tecido do tumor. A esperança dos médicos é que haja um processo menos invasivo para a descoberta precoce do mal.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, aproximadamente 1/3 das mortes provocadas por câncer são causadas por cinco fatores de risco: alto índice de massa corpórea, consumo baixo de frutas e legumes, sedentarismo, ingestão de álcool e fumo. Este último, sozinho, é responsável por 22% de todos os óbitos relacionados à doença.
O novo teste pode trazer um grande auxílio, sobretudo, para populações de baixa renda. Em 2017, apenas 26% dos países em desenvolvimento declaravam ter serviços público de fácil acesso ao diagnóstico.
No mundo todo, o impacto econômico do câncer só aumenta: em 2010, ele foi de US$ 1,16 trilhão.
*Com informações da Universidade de Queensland
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