Os kākāpōs são considerados as aves mais pesadas e de vida mais longa do mundo. Podendo pesar até 4 kg, são incapazes de voar e têm o hábito de se esconder durante o dia: gostam da noite. Daí seu nome, em Māori, a língua do povo nativo da Nova Zelândia, seu lar, que significa papagaio da noite.
Infelizmente, sua mobilidade restrita e hábitos como demorar para se reproduzir e nidificar no chão os tornaram bastante vulneráveis no passado. A espécie quase foi extinta e ainda continua em perigo crítico. Existem somente 248 deles na vida livre.
Todavia, pouco a pouco, esforços de conservação dão mais esperança a esse papagaio único que só existe na Nova Zelândia e em nenhum outro lugar do planeta.
Até então, o kākāpō só era registrado em cinco ilhas da costa neozelandesa: Anchor/Pukenui e Chalky,Te Kakahu o Tamatea em Fiordland, Whenua Hou/Codfish e Pearl perto de Rakiura Stewart e Hauturu-o-Toi/Little Barrier.
Contudo há poucos dias o governo da Nova Zelândia anunciou um programa de reintrodução histórico que levará, após quatro décadas, quatro kākāpōs para o território continental do país, no Santuário de Mountain Maungatautari, em Waikato. A princípio serão quatro machos. A intenção não é a reprodução, mas observar como eles se adaptarão nesse novo habitat.
“Kākāpō é uma das espécies mais icônicas e raras da Nova Zelândia, recuperando-se de uma população de apenas 51 aves em 1995. Até agora, os kākāpōs foram confinados a algumas ilhas costeiras livres de predadores, para que agora retornem ao continente, o que é uma grande conquista para todos os envolvidos”, celebrou Deidre Vercoe, responsável pelo projeto de reintrodução.
Desde 2016, o número desses papagaios dobrou e como eles vivem em pequenas ilhas, sua capacidade máxima nesses lugares está atingindo o limite.
O guarda-florestal Petrus Hedman carregando um dos quatro machos que foram levados para o continente
(Foto: Peter Drury/divulgação DOC)
O kākāpō possui olhos voltados para a frente, parecidos com os da coruja, bigodes e um grande bico cinza, além de pernas curtas, grandes pés azuis e asas e cauda relativamente curtas. Há relatos de indivíduos que teriam vivido até os 100 anos.

Ave é considerada um tesouro sagrado da tribo Māori
(Foto: Peter Drury/Karl Drury/divulgação DOC)
*Com informações do New Zealand Department of Conservation
Leia também:
Pesquisadores registram maior população do Kãkãpõ desde os anos 70: o papagaio raro, que não voa, só existe na Nova Zelândia
Kākāpō: papagaio raro, que não voa, é eleito ‘Ave do Ano’ na Nova Zelândia
Foto de abertura: Peter Drury/Karl Drury – divulgação New Zealand Department of Conservation