“Orcas! Orcas!! E mais orcas!!!”. Foi dessa maneira que as pesquisadoras do VIVA Instituto Verde Azul compartilharam nas redes sociais a alegria em observar no domingo (05/02) um grupo de orcas durante o monitoramento em Ilhabela, no litoral norte de São Paulo. O momento foi documentado em vídeo, que você confere logo mais abaixo.
A equipe científica identificou, ao menos, sete indivíduos, entre filhotes e adultos. “Conseguimos observar que estavam se alimentando e que havia pelo menos um macho, porque ele tem a nadadeira dorsal bem mais alta que a fêmea”, explica o grupo.
As orcas já foram avistadas pela equipe em cinco oportunidades desde o início do trabalho de pesquisa do projeto em 2019. A presença desses cetáceos na região é considerada normal, mas pouco comum.
Segundo a bióloga Marina Leite, o registro de orcas no litoral de São Paulo sempre chama muito a atenção do público e de cientistas.
“É um animal que geralmente as pessoas pagam caro para assistí-lo em um parque aquático nos Estados Unidos. As orcas são conhecidas por serem vistas em cativeiro, então ter a oportunidade de ver esses animais em vida livre no litoral paulista é realmente muito cativante, é sempre uma alegria, deixa a gente muito eufórico”.
A especialista em baleias ressalta que ver orcas em Ilha Bela é um sinal positivo, porque ali é uma área com grande atividade dos seres humanos. Exemplos dessa interferência com potencial prejudicial para os animais são o forte movimento de navios no Porto de São Sebastião, o alto fluxo de embarcações tipo lanchas, especialmente agora no verão, e o volume de lixo no mar que aumenta nessa época.
“Tivemos o Ano Novo e o dia de Yemanjá, quando as pessoas descartam propositalmente materiais nem sempre orgânicos como a oferenda e o próprio lixo do turismo”, explica Marina, “e ainda assim a gente percebe o grupo aparentemente se alimentando pela grande quantidade de raias que tem ali onde foram avistadas”.
Grandes nadadoras
As orcas (Orcinus orca) fazem grandes navegações e se deslocam pelo mundo inteiro. São chamadas de espécies cosmopolitas por serem encontradas no mundo inteiro. Há registros de orcas que saíram de um polo a outro.
“Elas nadam muito, o que nos faz pensar naquelas capturadas para entretenimento como a Lolita, que está em cativeiro há mais de 50 anos”, afirma Marina.
Lolita é uma orca tirada da vida selvagem nos anos de 1970 e vive até hoje em um parque dos Estados Unidos, num tanque minúsculo, alvo de críticas constantes de organizações defensoras dos animais. Há uma campanha para soltá-la, discussão que já chegou aos tribunais, mas ainda sem solução.
“Poder ver esses animais aqui é uma grande oportunidade para nós”, comemora a pesquisadora.
Apesar de ser chamada de “baleia”, a orca pertence à família dos golfinhos, sendo o maior de todos eles.
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Ótima matéria. Só uma correção: não há orcas na “Disney”, mas em outros parques temáticos, como o SeaWorld, que é controlado por um fundo de investimentos. Não é porque tem um em Orlando também que é da Disney… Mas valeu a intenção.
Oi Sérgio,
Sim, bom ponto.
Texto já corrigido.
Obrigada pelo alerta,
Suzana