As imagens que aparecem neste post são muito chocantes dada a monstruosidade do que foi feito com esse animal. Mas é importante que elas sejam divulgadas para que a sociedade brasileira se mobilize contra crimes brutais como este e cada vez mais pessoas se engajem na luta pela proteção de espécies ameaçadas de extinção, como a onça-pintada.
No último dia 5 de julho, esta onça-pintada foi encontrada morta num córrego, na divisa entre os municípios de Guapiara e Capão Bonito, em São Paulo. O animal era conhecido pela equipe da Fundação Florestal, órgão responsável pelo gerenciamento das Áreas Protegidas Estaduais. “Máscara”, como era chamado, era um macho, adulto, com aproximadamente sete ou oito anos de idade.
Máscara era uma das últimas onças-pintadas que vivem no Contínuo da Serra de Paranapiacaba, um dos maiores remanescentes contínuos de Mata Atlântica do Brasil e uma das áreas mais importantes na região Sudeste para a conservação dessa espécie. Há dezesseis anos existe um projeto de monitoramento e estudo de grandes felinos ali e hoje sabe-se que existem menos de 20 indivíduos. Agora resta menos um.
Através de vídeos obtidos com armadilhas fotográficas instaladas na floresta, os biólogos do projeto já tinham notado que Máscara não andava bem. Ele aparecia mancando em algumas imagens. Por isso estava sendo planejada a captura dele para tratar do ferimento na perna. Infelizmente, não houve tempo para tal.
A necropsia feita no corpo de Máscara revelou baletes de chumbo e um calo ósseo em sua pata direita, que foi quebrada e mal calcificada. Além disso, o mais estarrecedor foram os outros 50 chumbos de espingarda. A suspeita é que depois de morta, a onça-pintada foi levada de carro até a ponte sobre o córrego, e jogada de lá na água.
Os especialistas explicam que, quando animais como onças-pintadas estão machucados, eles costumam buscar presas mais fáceis como alimentos, ou seja, bichos criados em sítios e fazendas. Cientes de que isso poderia acontecer e alertados sobre ataques em suas propriedades por alguns moradores locais, a equipe da Fundação Florestal forneceu equipamentos como luzes automáticas, buzinas de propano e cercas elétricas para que Máscara se mantivesse longe desses locais.
Infelizmente, ele acabou sendo assassinado.
“Nossa sensação é de uma perda monstruosa. Porque a gente já estava planejando a captura. É uma sensação de impotência”, desabafa o engenheiro agrônomo e mestre em Ecologia, Thiago Borges Conforti, gestor do Parque Estadual Intervales e pesquisador da Fundação Florestal.
A polícia já abriu uma investigação sobre o crime, mas até agora,
nenhum suspeito foi encontrado
Thiago ressalta a importância do trabalho de conscientização com a comunidade local sobre a importância da proteção das onças-pintadas. Também serão intensificadas a ação de patrulhas preventivas e a comunicação com produtores rurais para que episódios como este não ocorram novamente.
“Mas o fundamental é a sociedade se levantar contra esse tipo de coisa. Isso acontece ainda porque tem o respaldo de uma pequena parcela da sociedade. É necessário a divulgação em massa dessa situação, da ignorância que foi esse assassinato e da falta que esse indivíduo fará dentro da sua população”, ressalta o engenheiro.
Máscara ainda era um animal com cerca de sete ou oito anos de idade
Extinção da espécie
A Fundação Florestal explica que a caça é um dos fatores mais importantes no declínio das onças-pintadas. Uma população pequena como a do Mosaico de Paranapiacaba tem enorme probabilidade de extinção num futuro próximo se uma fêmea for morta em intervalos de alguns anos.
A caça dos outros animais, dos quais a onça-pintada se alimenta, também tem um grave impacto sobre ela, porque força esses felinos a andarem mais em busca de presas e, às vezes, até a se alimentar de criações de gado vizinhas, aumentando suas chances de serem mortas em retaliação.
Já são pelo menos cinco onças-pintadas assassinadas por caçadores nos últimos dez anos no Contínuo da Serra de Paranapiacaba. E qualquer perda já é uma enorme perda, que compromete também a segurança genética dessa população, com pouquíssimos indivíduos que acabarão se reproduzindo entre eles.
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Fotos: acervo Fundação Florestal
Revoltante! Mto re-vol-tan-te! Mta crueldade o q fizeram. Aproveitaram a dificuldade de fuga rápida do animal por estar machucado para descarregar 50 tiros no coitado. 50 tiros! Mta covardia, mta mesmo. Viram a fragilidade q o levou a buscar presa fácil pela condição debilitante q estava, mas mesmo assim aproveitaram a oportunidade, pq se estivesse bem de saúde o bicho n seria alvo fácil pra 50 tiros. Esses fazendeiros/produtores sabem a quem recorrer nestes casos de invasão (na vdd quem invade e destrói as presas dos predadores é o homem, a onça está ali desde sempre, se falta alimento vai buscar em outros lugares, e acaba indo pra perto do pior predador q existe…), é avisar aos órgãos competentes para fazerem a captura e realocar o animal. E estes mesmos órgãos fornecem aparato para espantar o animal sem a necessidade de matá-lo. Mas n, os inomináveis matam por prazer, por não se importar com a vida da espécie, pior ainda pelo animal estar à beira da extinção. Matam por maldade, por ganância pq a predação da onça é mínima, n vai onerar significativamente por isso. E repetindo: há alternativas para evitar seu “prejuízo”; fazendeiros q aderiram às alternativas n têm essa perda considerável. O rebanho morre mto mais por outros motivos do q pela onça. Isso é provado estatisticamente pelos especialistas. Desnecessária e infrutífera essa matança. Ganha-se mto mais com o turismo de avistamento da onça, também na estatística. Mas infelizmente essa crueldade vai continuar pq sabem q n vai dar em nada, as leis são ineficientes e a ctz da impunidade faz o crime compensar neste país.
Brasil, o país da impunidade.
Brasil. O país da impunidade.
Muito importante primeiramente revogar o decreto das armas, extinguir os CACs, voltar a ser inafiançável crimes ambientais (válido também para grileiros, madeireiros ilegais e garimpeiros). fazer valer nossa jovem legislação ambiental e recuperar nossas matas e florestas que estão com as populações da fauna em processo de recuperação. Reverter a autorização dos defensivos agrícolas (agrotóxicos que tinham sido banidos no País) altamente tóxicos e erradicados no mundo quase em sua totalidade, só os países mais atrasados e retrógrados fazem uso dessas substâncias letais para a Fauna, Flora e contaminante dos solos e corpos dágua, infelizmente o atual governo brasileiro não tem apreço pelo meio-ambiente, está se lixando para a biodiversidade e quer mesmo destruir todos os biomas para produzir commodities em monoculturas que só beneficiam os grandes latifundiários. Ao invés de faturar com turismo ecológico, manejo florestal adequado pra cada bioma, explorar o inesgotável potencial industrial-farmacêutico de nossas florestas, turismo de observação de aves, safáris fotográficos entre outras muitas maneiras de gerar emprego e renda promovendo a saúde do planeta. Tristes trópicos.
Depois da crueldade que fizeram com as onças pintadas filhotes já basta pra mim. Isso nunca vai acabar.
Cada pessoa tem um nível de ignorante de fazer ou ser pago pra fazer.