Esta ninguém esperava. Dois dos países mais populosos e apontados como os mais poluídos do planeta são também os responsáveis por tornar a Terra mais… verde!
É isso mesmo. Segundo um estudo científico publicado no início do mês, na revista Nature Sustainability, houve um crescimento na vegetação, graças à ação humana. Entre os anos de 2000 e 2017, imagens de satélite da Agência Espacial Americana (Nasa) revelam um aumento de 5% dessas áreas verdes, sobretudo na Índia e na China.
O país asiático, sozinho, representa 25% do crescimento da vegetação global. Desse total, florestas correspondem a 42% e lavouras 32%. Já na Índia, a agricultura é predominante, com 82%.
China e Índia apresentam maior crescimento de vegetação
Apesar de a China ser atualmente o maior emissor global de dióxido de carbono (CO2), gás apontado como principal responsável pelo aquecimento global, e campeã em mortes relacionadas com a má qualidade do ar, segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS (leia mais aqui), o governo do país tem feitos árduos esforços para reduzir seu impacto ambiental.
No ano passado, noticiamos aqui, por exemplo, como soldados do Exército de Liberação Nacional da China estavam sendo usados para fazer o plantio de árvores, ao norte do país, em uma área de 84 mil m2, o equivalente ao tamanho da Irlanda.
Ao longo das últimas décadas, os satélites da Nasa registraram ao menos, quatro imagens diárias, de praticamente todos os lugares da Terra.
Pelo mapa geral, os pesquisadores afirmam que 1/3 do planeta ficou mais verde, enquanto 5% está mais marrom, ou seja, perdeu cobertura de vegetação. E conforme vê-se no gráfico abaixo, o Brasil está entre esses lugares, ao lado da Indonésia.
Os cientistas ressaltam, entretanto, que o ganho de áreas verdes ao redor do mundo não necessariamente compensa a perda de vegetação natural em florestas tropicais, como a Amazônia (melhor nem comentar aquela afirmação da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, de que “o Brasil é modelo de preservação…”)
Mas para Rama Nemani, pesquisador da Nasa e um dos co-autores do estudo, há um aspecto positivo na descoberta. “Ela comprova que quando as pessoas se dão conta de que há um problema, elas tendem a consertá-lo”, diz. “Nos anos 70 e 80, na Índia e na China, a situação em torno da perda de vegetação não era boa. Nos anos 90, as pessoas perceberam isso e hoje as coisas melhoraram. Os humanos são incrivelmente resistentes. Isso é o que vemos nos dados de satélite”.
Leia também:
Desmatamento na Amazônia cresce pelo quinto mês consecutivo
Leonardo DiCaprio denuncia desmatamento na Amazônia em seu #desafio10anos
Desmatamento na Amazônia dispara e aumenta mais de 400% em novembro
Desmatamento na Amazônia é o pior em dez anos: 1,18 bilhão de árvores foram derrubadas em um ano!