Pelo menos 16 mortes já foram confirmadas até o momento, vítimas dos incêndios devastadores de Los Angeles, na Califórnia. Mas autoridades afirmam que o número deve aumentar. Em uma coletiva de imprensa na manhã deste domingo (12/01), elas informaram que uma operação de resgate, em Eaton, encontrou mais três corpos. A região foi uma das mais impactadas pelo fogo e onde houve o maior número de óbitos. Muitos eram moradores de comunidades negras, que não queriam ou conseguiram deixar suas casas.
Infelizmente, os focos de incêndio ainda não estão controlados. De acordo com as informações mais atualizadas divulgadas do Departamento de Florestas e Fogo da Califórnia (CAL Fire) apenas 11% do Palisade Fire está contido e 15% do Eaton. Mas houve um excelente progresso no combate ao fogo em Kenneth, completamente apagado e 76% no Hurst.
Palisade Fire, onde o fogo começou na madrugada da terça-feira (07/01), foi a região mais destruída. Bairros inteiros foram queimados pelas chamas, uma área quase equivalente à cidade de São Francisco. Apenas lá 5 mil edificações viraram cinzas e mais outras 4,5 mil em Eaton, totalizando mais de 10 mil casas e edifícios lambidos pelas chamas. Esse já é considerado um dos maiores incêndios da história da Califórnia.
Nas últimas horas, mais ordens de evacuação foram emitidas pelas autoridades, principalmente em comunidades mais distantes da costa, onde inicialmente o fogo fez maiores estragos, como foi o caso de Malibu, que fica na beira do Pacífico. Milhares de casas continuam sem eletricidade. Em muitos bairros foi decretado toque de recolher, para evitar o roubo e vandalismo de residências e estabelecimentos comerciais.
Há previsão de que o vento volte a ganhar força, dificultando ainda mais o trabalho dos bombeiros. Os governos do Canadá e do México anunciaram o envio de equipes para ajudar na luta contra o fogo, assim como de outros estados norte-americanos, como o Texas.
O que causou a tragédia em Los Angeles
Apesar de incêndios serem comuns na Califórnia, afinal o estado fica localizado numa área de deserto, eles são bastante incomuns no inverno. Durante os últimos oito meses praticamente não choveu na região e a vegetação estava extremamente seca, propícia a queimar rapidamente. O que deflagrou a tragédia, entretanto, foi a chegada de uma onda de ventos fortíssimos, com rajadas que superaram os 100 km/h, e começaram a empurrar as chamas e as faíscas para além de Pacific Palisades.
Durante os meses mais frios, a Califórnia está acostumada com a chegada dos chamados ventos de Santa Ana, um sistema formado no interior do estado, que traz ar seco e quente para a costa, impedindo que a umidade do Oceano Pacífico entre no continente.
O governador do estado, Gavin Newson, também ordenou o início de uma investigação para apurar a denúncia de que faltou água para o combate aos incêndios. Todavia, muitos especialistas afirmam que nenhuma cidade tem condições para enfrentar uma tragédia dessas proporções.
*Com informações do The Guardian, CBS News e CNN
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Foto de abertura: County of Los Angeles Fire Department