Boas notícias para celebrarmos este Dia Mundial do Meio Ambiente! Números divulgados do censo de onças-pintadas (Panthera onca), realizado em 2022, na região do Parque Nacional do Iguaçu, tanto do lado brasileiro como do argentino, revelam que há uma estabilidade da população da espécie. E vale destacar que neste caso estabilidade é um bom sinal, já que esse que é o maior felino das Américas, quase foi dizimado ali no início dos anos 2000.
O novo censo indica que atualmente vivam na região de 93 onças-pintadas (entre 73 e 122) no chamado Corredor Verde do Brasil e da Argentina. Já no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, o número médio estimado é 25 animais (entre 19 e 33).
O último levantamento apresentava praticamente o mesmo resultado: cerca de 90 onças no total e 24 delas no lado brasileiro (leia mais aqui).
O censo é feito em parceria pelas equipes dos Projetos Onças do Iguaçu e Yaguareté (Argentina). Foram observados 224 pontos de amostragem nos dois países (72 no Brasil e 152 na Argentina), uma área de mais de 580 mil hectares. Além disso, os pesquisadores analisaram 450 mil imagens obtidas com armadilhas fotográficas.
“Após a compilação de todas as onças registradas, é feito um cruzamento de informações com base na
quantidade de hectares que foram cobertos com a amostragem e na quantidade de onças-pintadas
diferentes registradas. Isso gera “faixas populacionais” que indicam o número mínimo e máximo de
indivíduos que a população poderia ter, uma vez que por questões metodológicas e estatísticas da
pesquisa não é possível obter dados exatos”, explicou em comunicado o Onças do Iguaçu.
Limite de onças-pintadas para a região
O que sempre se espera quando há a divulgação de um censo de alguma espécie é constatar o aumento de sua população, ainda mais no caso das onças-pintadas. Entre 1990 e 1995 estimava-se que a área do Parque Nacional do Iguaçu abrigava entre 400 e 800 indivíduos. Todavia, no final da década esse número apresentou um declínio alarmante.
Em 2005, em toda a extensão do Corredor Verde restaram aproximadamente 40 onças-pintadas. No parque brasileiro, em 2009 eram somente entre nove e 11 onças, e a espécie estava perto de ser considerada extinta localmente.
A caça ilegal e as mortes provocadas por causa de conflitos com produtores de gado eram apontadas como as principais responsáveis pelo desaparecimento desses animais.
Entretanto, graças aos esforços de conservação iniciados pelos projetos de conservação locais e instituições bilaterais, que incluíram monitoramento e a educação ambiental da população da região, e ainda, a mudança gradual da atividade pecuária para a produção de soja e milho, assim como o reforço da fiscalização, a espécie ganhou uma nova chance.
Contudo vale ressaltar que há um limite para o número de onças-pintadas que a região conseguirá comportar.
“A estimativa de capacidade de suporte é de 50 animais para o Brasil e cerca de 250 no Corredor Verde”, diz a bióloga Yara Barros, coordenadora do Onças do Iguaçu. “E à medida que você vai chegando perto dessa capacidade, o crescimento é mais lento”.
O Corredor Verde abriga aproximadamente um terço de todas as onças-pintadas da Mata Atlântica e é a região com o habitat mais adequado para a espécie no bioma.
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Foto: domínio público/pixabay