Eles têm apenas 75 gramas e não mais do que 40 centímetros, mas quando adultos poderão passar de 3 metros de comprimento e chegar a pesar 90 kg, afinal estamos falando do maior lagarto do planeta, o dragão-de-komodo. Dois filhotes da espécie acabam de nascer em cativeiro, no Chester Zoo, no Reino Unido, um dos mais importantes centros de reprodução de espécies ameaçadas e importante parceiro de projetos de conservação no mundo todo.
Em 2021, o dragão-de-komodo (Varanus komodoensis) passou da categoria “vulnerável” para “em perigo” na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), que avalia as condições de sobrevivência de milhares de animais e plantas no planeta (leia mais aqui).
Em perigo significa que uma espécie possui grande chance de entrar em extinção na vida livre. O dragão-de-komodo vive somente em áreas do Parque Nacional de Komodo e ilhas próximas dali, na Indonésia. Segundo especialistas, seu tamanho é resultado do chamado gigantismo insular. Ele não tem outros animais carnívoros para preencher o nicho ecológico nas ilhas onde vive e ainda, apresenta um baixo processo de metabolismo.
O aumento da temperatura global, assim como o do nível dos oceanos, ambos consequência das mudanças climáticas, devem reduzir seu habitat natural em pelo menos 30% nos próximos 45 anos. E mesmo protegido pelas leis da Indonésia, embora a subpopulação no Parque Nacional de Komodo esteja atualmente estável e bem conservada, eles estão ameaçados pelo desmatamento na região das ilhas de Flores.
Estima-se que restem aproximadamente 3 mil dragões-de-komodo na natureza.
Por esta razão, é sempre importante ter a reprodução e o nascimento de filhotes em cativeiro. Os dois dragõezinhos nascidos no Chester Zoo foram fruto do acasalamento de Mezcal e Satali.
Um mês após a fêmea aceitar a presença do macho, foram encontrados os ovos em seu recinto.
“Os dragões-de-komodo são criaturas fascinantes que sobreviveram neste planeta por dezenas de milhares de anos, mas apesar de sua incrível resiliência, as populações selvagens foram empurradas para o limite da existência apenas nos últimos 50 anos devido ao aumento da atividade humana, perda de habitat e um clima em rápida mudança”, ressalta Matt Cook, cuidador chefe dos répteis no Chester Zoo.
Um dos filhotes nascidos no zoológico no Reino Unido
(Foto: divulgação Chester Zoo)
Em 2007, profissionais da instituição fizeram parte de um grupo de pesquisadores que descobriu que dragões-de-Komodo fêmeas também podem fertilizar seus próprios ovos sem acasalar – um processo conhecido como partenogênese.
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Foto de abertura: divulgação Chester Zoo