Ele já tinha um nome popular único: sapo-arborícola-magnífico (em tradução livre do nome em inglês para o português). Mas agora esse anfíbio só encontrado numa pequena área na costa noroeste da Austrália, chama a atenção da ciência por outro motivo. Em geral, os indivíduos da espécie, a Ranoidea splendida, apresentam uma coloração verde, com pintas brancas.
Entretanto, recentemente, pesquisadores da Australian Wildlife Conservancy (AWC) se depararam com um desses animais com a pele azul no santuário de vida selvagem Charnley River-Artesian Range, uma área de proteção, em Kimberly.
Os biólogos acreditam que essa é a primeira vez que se registra um sapo-magnífico azul e que a mudança de cor deve ser resultado de uma mutação genética, chamada de xantismo, algo extremamente raro.
“Já estava escuro quando o avistamos pela primeira vez, empoleirado em um banco na oficina perto do nosso centro de pesquisa”, relembra o ecologista Jake Barker. “Foi muito emocionante. Sapos-arborícolas-magníficos já são espetaculares, mas ver um azul é uma chance única na vida.”
“Muito ocasionalmente, um sapo verde não tem pigmento amarelo na pele, e isso resulta em um sapo inteiramente ou quase todo azul”, ela disse. “Eu vi dezenas de milhares de sapos ao longo dos anos, e só vi um sapo azul – e não era nem de longe tão espetacular quanto este sapo-arborícola-nagnífico. Um encontro raro e que destaca a espetacular diversidade dos sapos da Austrália!”, diz Jodi Rowley, curador do setor de Biologia da Conservação para Anfíbios e Répteis do Museu da Austrália.
Descrito apenas em 1977, essa espécie australiana é uma das maiores entre os sapos existentes na Austrália, podendo atingir até 12 cm. De hábitos noturnos, eles se escondem em cavernas e fendas de rochas durante o dia. A época de reprodução acontece durante a estação chuvosa, quando é possível ouvir com mais intensidade o seu coaxar.
A coloração normal do sapo, verde com bolinhas brancas nas costas
Foto: Jake Barker/AWC
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Foto de abertura: Jake Barker/AWC
