Em 2020, como resposta à crise climática mundial, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) lançou o plano nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis e um grande desafio: plantar 100 milhões de árvores nativas e frutíferas em dez anos, em assentamentos e áreas próximas por todo o país, em todos os biomas.
O movimento acaba de completar 40 anos (em 22/1) e celebra o plantio de mais de 25 milhões de árvores em quatro anos – sendo 15 milhões só em 2023 -, recuperando 15 mil hectares de terra, em seis biomas brasileiros, numa área equivalente a 22 mil campos de futebol.
Só no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, foram recuperados mil hectares. No Paraná, foram semeadas quatro toneladas de juçara. No Mato Grosso, as áreas degradadas recuperadas estão localizadas no Parque da Chapada dos Guimarães. E, no Pará, mil hectares foram regenerados por meio de viveiros, SAFs (Sistemas AgroFlorestais) implementados em assentamentos, escolas do campo e escolas de agroecologia.
Ventos da mudança
Camilo Santana, do coletivo nacional do Plano Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis, contou que, em 2023, o MST se empenhou na qualidade das ações do plano, deixando o campo mais simbólico e místico do plantio e focando em ações de impacto.
“Compreendemos que é fundamental a construção e massificação do plantio de árvores como estratégia de adaptação às mudanças climáticas em curso, a síntese plantar árvores e produzir alimentos saudáveis, materializada na agroecologia se apresenta como alternativa possível e viável para o enfrentamento da crise ambiental, se tratando da produção agrícola. E nossa base social tem entendido isso cada vez mais”, declarou.
E o MST quer se aprofundar mais no estudo da crise ambiental com o intuito de potencializar suas lutas e massificar o plantio em todo o país. Afinal, ainda há um grande desafio pela frente: faltam ¾ do plano para concretizar em seis anos apenas.
E Santana explica: “As projeções apontam para a necessidade de avançar na vinculação da questão ambiental com a necessidade da Reforma Agrária Popular”- são 40 anos de luta! –, “enquanto saída para a referida crise”.
Ele destaca, ainda, que o desafio do MST é “seguir massificando ações que projetam a perspectiva ambiental popular” para toda a sociedade brasileira, de forma a possibilitar a alteração da correlação de forças na luta ambiental vinculada à luta pela terra”.
Foto: MST/divulgação