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Microplásticos são detectados em 99% dos peixes e camarões coletados em novo estudo

Microplásticos são detectados em 99% dos peixes e camarões coletados em novo estudo

1.806 partículas de microplásticos foram encontradas em amostras de tecidos comestíveis de 180 dos 182 peixes e camarões. Entre os resíduos mais abundantes estavam fibras e fragmentos. Os dados alarmantes, que revelam a presença de minúsculas partículas de plástico em 99% desses animais marinhos, são resultado de um estudo feito por pesquisadores da Portland State University, no Maine (EUA), um dos estados conhecido pela sua indústria pesqueira e de frutos-do-mar.

Os pesquisadores analisaram amostras de tecidos de seis espécies mais comumente consumidas pela população do Oregon, entre elas, salmão Chinook, bacalhau-de-bico-branco, peixe-rocha-preto, arenque-do-Pacífico, lampreia-do-Pacífico e o camarão-rosa. De todas elas, essa última foi o que apresentou a maior concentração de microplástico.

“Descobrimos que os organismos menores que coletamos parecem estar ingerindo mais partículas antropogênicas [induzida ou alterada pela presença e atividade do ser humano] e não nutritivas”, diz Elise Granek, professora de Ciências do Meio Ambiente. “Camarões e peixes pequenos, como o arenque, comem alimentos menores, como o zooplâncton. Outros estudos encontraram altas concentrações de plásticos na área em que o zooplâncton se acumula e essas partículas antropogênicas podem se assemelhar ao zooplâncton e, portanto, ser absorvidas por animais que se alimentam de zooplâncton.”

No estudo, publicado no jornal Frontiers in Toxicology, os cientistas relatam que compararam também os níveis de contaminação em amostras adquiridas diretamente de embarcações de pesca de pesquisa e aquelas de supermercados e peixarias. A expectativa é que, em estabelecimentos comerciais, a concentração de microplásticos fosse ainda maior, mas isso não se revelou verdade.

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Foi constatado que a contaminação é muito mais profunda do que se imaginava e a simples lavagem superficial desses alimentos não é suficiente para que o microplástico seja descartado. Das seis espécies avaliadas, o camarão-rosa foi o que apresentou a maior concentração de microplástico.

“É muito preocupante que as microfibras pareçam se mover do intestino para outros tecidos, como os músculos”, destaca Susanne Brander, ecotoxicologista e professora associada da Oregon State University. “Isso tem amplas implicações para outros organismos, incluindo potencialmente os humanos também.”

Microplásticos são detectados em 99% dos peixes e camarões coletados em novo estudo
Espécies de peixes analisadas no estudo: em 99% das amostras havia microplásticos
Imagens: NOAA Fisheries, Oregon Department of Fish & Wildlife, North Carolina Wildlife Resource Commission

*Com informações e entrevistas contidas no texto de divulgação da Portland State University

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Foto de abertura: PublicDomainPictures from Pixabay

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