Pra começar, essa espécie não é nativa na Austrália. E no lugar de saltos no chão, ele usa a força do seu corpo para pular em árvores e seu rabo para manter o equilíbrio. O canguru-arborícola-de-goodfellow (Dendrolagus goodfellowi) é uma espécie encontrada nas montanhas das florestas tropicais de Papua Nova Guiné, uma ilha no Oceano Pacífico, na Oceania.
Nos últimos 30 anos, infelizmente, a caça e a destruição de seu habitat fizeram com que sua população tivesse uma redução de 50%. Hoje essa espécie de canguru é considerada em risco de extinção pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).
Mas toda vez que há o nascimento de um novo filhote, mesmo que em cativeiro, renasce a esperança de preservação da espécie. Foi o que aconteceu no Chester Zoo, no Reino Unido, um dos principais centro de reprodução de animais ameaçados do mundo.
Biólogos consideram o processo de nascimento do canguru-arborícola-de-goodfellow um dos mais complexos do mundo animal. Logo que nasce, o filhote é muito pequeno, tem o tamanho aproximado de uma bala de goma e ainda precisa se desenvolver mais.
“Momentos após o parto, com os olhos ainda bem fechados, o filhote sabe subir instintivamente pela barriga da mãe e entrar em sua bolsa – seguindo um canal que ela demarcou lambendo seu pelo. Uma vez seguro na bolsa, o bebê recebe toda a nutrição de que precisa enquanto cresce e se desenvolve por mais seis meses – até começar a colocar sua cabeça para fora”, explica Dave White, do Chester Zoo.
Foi o que aconteceu há poucos dias, quando o filhotinho começou a explorar o mundo pela primeira vez, ainda na segurança da bolsa marsupial da mãe. Em breve, entretanto, ele deve se aventurar fora dela e começar a subir pelas árvores. Só aí poderá se descobrir se é um macho ou uma fêmea.
Primeiros registros do filhote colocando a cabeça pra fora da bolsa da mãe
(Foto: divulgação Chester Zoo)
O canguru-arborícola é muito menor do que os existentes na Austrália. No chão, são desengonçados ao andar, mas no ar conseguem dar pulos de até 9 metros entre árvores. Suas longas garras curvas e seus pés os ajudam nas escaladas entre os galhos.
Herbívoros, esses marsupiais se alimentam de flores, folhas e gramíneas.
“Esses animais notáveis sofreram tremendamente na natureza. Eles são caçados por sua carne e seu habitat está desaparecendo à medida que as florestas são derrubadas para a extração de madeira e para dar lugar a plantações de café e arroz”, diz White.
Para acompanhar o crescimento do filhote e entender melhor como a espécie se reproduz, os veterinários do Chester Zoo inseriram cuidadosamente um endoscópio de tempos em tempos nos últimos meses.
As imagens incríveis você confere no vídeo abaixo:
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Foto de abertura: divulgação Chester Zoo