O mundo todo se comoveu na sexta-feira (18/08) com a morte de Lolita, a orca arrancada ainda filhote da natureza e explorada por mais de 50 anos em um aquário na Flórida. O sentimento de tristeza e frustração foi ainda maior porque no final de março tinha sido anunciado que haveria a tentativa de, por fim, levá-la para um santuário de vida selvagem, para ela fosse eventualmente, reintroduzida na vida livre.
Não houve tempo. E talvez nem tivesse funcionado. Lolita, também conhecida como Tokitae, seu nome original, já tinha estimados 57 ou 58 anos de idade e apresentava problemas de saúde. No meio da semana passada, sua condição começou a deteriorar e a suspeita é que seus rins tenham sucumbido.
Mas alguns ativistas acreditam que Lolita esteja agora em seu lar. Entre eles está Howard Garrett, que faz parte da organização não-governamental Orca Network, que monitora os cetáceos que vivem na região onde ela foi caçada, na costa norte do Pacífico dos Estados Unidos, perto do estado de Washington.
Lá vivem vários grupos de orcas, todos identificados por pesquisadores com letras e números. Lolita e sua família faziam parte do L. E suspeita-se que a fêmea “L25 Ocean Sun”, com aproximados 93 anos, seja sua mãe, ainda viva. Matriarca de seu bando, ela ainda é observada naquela região.
Acontece que no dia que Lolita começou a ficar mais fraca ocorreu um agrupamento atípico de vários grupos de orcas, como relatou o Orca Network em suas redes sociais.
“Uma coisa que nos traz conforto é saber que ontem, quando Toki começou a lutar e estava em sua jornada de volta para casa, para o outro mundo, toda a sua família estava no lado oeste da Ilha de San Juan, no que hoje em dia é uma reunião rara, com todos os três grupos, nadando para cima e para baixo, socializando em um “super encontro” e os L12 ainda estão lá hoje.
Muitas vezes, este é um ritual cultural/social para marcar um evento significativo na sua comunidade, e acreditamos que eles a estavam recebendo em casa.
Toki finalmente está em casa, talvez não do jeito que queríamos, mas sua família parece saber que ela está com eles mais uma vez, de uma forma que talvez nunca compreenderemos”.
Foto de abertura: Rachel Haight / Orca Network – Imagem feita em 17 de agosto: um membro dos L12s, família de Tokitae, passando pelo Lime Kiln State Park, ao pôr do sol, na noite anterior ao falecimento de Tokitae.