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Lagarto utiliza bolha de ar sobre nariz para ficar mais tempo debaixo d’água

Lagarto utiliza bolha de ar sobre nariz para ficar mais tempo debaixo d'água

Na natureza, animais desenvolvem as mais diversas estratégias para poder sobreviver e escapar de predadores. Uma delas acaba de ser descoberta por uma pesquisadora da Universidade de Binghamton, em Nova York, nos Estados Unidos. Lindsey Swierk é uma especialista em lagartos do gênero Anolis, também conhecidos popularmente como papa-vento. Ao estudar uma espécie em específico, encontrada em florestas tropicais ao sul da Costa Rica, a cientista notou que, ao mergulhar eles ficavam com uma bolha enorme de ar sobre as narinas.

Não apenas a bolha era algo que chamava a atenção, mas também o longo tempo que eles conseguiam permanecer embaixo d’água, aproximadamente 20 minutos!

“Sabíamos que eles podem ficar debaixo d’água por um tempo muito longo. Também sabíamos que eles estão puxando oxigênio dessa bolha de ar”, diz Lindsey. “Entretanto, não tínhamos certeza se havia realmente algum papel funcional para essa bolha na respiração. Seria algo que os lagartos fazem apenas um efeito colateral das propriedades de sua pele ou um reflexo respiratório, ou essa bolha estaria realmente permitindo que eles ficassem debaixo d’água por mais tempo do que ficariam, digamos, sem uma bolha?”

Essas espécies de lagartos semi-aquáticos mergulham na água quando precisam se esconder de predadores ou se sentem ameaçados. Para poder compreender melhor o comportamento desses répteis, a pesquisadora aplicou uma substância em sua pele para inibir a formação da bolha.

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“A pele do lagarto é hidrofóbica. Normalmente, isso permite que o ar grude firmemente na pele e permite que essa bolha se forme. Mas quando você cobre a pele com um emoliente, o ar não gruda mais na superfície, então as bolhas não podem se formar”, explica Lindsey.

Ao observar quanto tempo dois grupos de lagartos conseguiam permanecer submersos – um com a substância na pele e outro sem -, esses últimos conseguiram ficar por muito mais tempo embaixo d’água.

“Esse é o primeiro experimento que realmente mostra a relevância adaptativa das bolhas. Antes, suspeitávamos disso – víamos um padrão – mas não tínhamos testado realmente se havia um papel funcional”, destaca a pesquisadora. “Esses lagartos são como os nuggets de frango da floresta. Os pássaros os comem, as cobras os comem. Então, ao pular na água, eles podem escapar de muitos predadores e permanecer imóveis debaixo d’água.”

Agora o próximo passo da pesquisa é investigar se a estratégia usada por esses lagartos é a mesma de alguns insetos, que desenvolvem um tipo de guelra para poder respirar também debaixo d’água.

O artigo científico sobre a descoberta publicado na revista Biology Letters, em inglês, pode ser acessado neste link.

*Com informações e entrevista contidas no texto de divulgação da Universidade de Binghamton

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Foto de abertura:  Lindsey Swierk

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