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Intensidade e frequência de incêndios florestais mais do que dobraram nas últimas duas décadas

Intensidade e frequência de incêndios florestais mais do que dobraram nas últimas duas décadas

Os exemplos podem ser vistos em todo o planeta. Esta semana o governo do Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência em cidades atingidas pelos incêndios no Pantanal, que este ano começaram mais cedo e parecem estar se alastrando com maior facilidade. No Hemisfério Norte, mesmo antes do verão começar, bombeiros no Canadá já enfrentaram o fogo sem controle, menos de um ano após uma tragédia histórica. Certamente não é apenas impressão de que algo está fora do normal. Um estudo publicado ontem (24/06) no jornal Nature Ecology and Evolution alerta que a intensidade e a frequência dos incêndios florestais mais do que dobraram nas últimas duas décadas.

“Nosso estudo destaca que o comportamento do fogo está piorando em várias regiões – particularmente nos biomas de coníferas boreais e temperadas – com implicações substanciais no armazenamento de carbono e na exposição humana a desastres de incêndios florestais”, afirmam os autores do artigo, pesquisadores da Escola de Ciência Naturais da Universidade da Tasmânia, na Austrália.

No levantamento inédito, o grupo usou registros de satélites para analisar cerca de 3 mil incêndios florestais de “tremendo poder radiativo”, entre 2003 e 2023. O estudo apontou um aumento de 2,2 vezes na ocorrência desses eventos durante o período e ainda, que a intensidade média dos 20 incêndios florestais mais extremos de cada ano mais do que duplicou.

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“Este estudo fornece provas concretas de uma tendência preocupante. A intensidade e a frequência destes incêndios florestais estão aumentando a um ritmo alarmante, diretamente ligados aos efeitos crescentes das alterações climáticas”, afirma Calum Cunningham, pesquisador de pós-doutorado da Universidade da Tasmânia e autor principal do artigo.

A análise identificou que os incêndios florestais extremos estão aumentando nas florestas boreais e temperadas de coníferas da América do Norte e da Rússia. Mas também na Austrália, no sul da África, na Europa Mediterrânea e na América do Sul.

“O impacto destes eventos extremos é devastador, não só para os ecossistemas naturais, mas também para as populações humanas. Estes incêndios liberam emissões de carbono significativas, ameaçando criar um ciclo vicioso que acelera ainda mais o aquecimento global”, diz Cunningham.

O pesquisador australiano relembra o chamado “verão negro” em seu país, entre 2019 e 2020, quando o fogo queimou 12,6 milhões de hectares de florestas e matas e quase 3 bilhões de animais foram afetados pela tragédia.

Além disso, os autores do estudo destacam que, com o aumento da temperatura global, as condições que levam ao surgimento desses incêndios – períodos de seca extrema e falta de chuvas -, tendem a piorar.

“É necessária uma ação global imediata para combater as causas profundas das alterações climáticas. Devemos também desenvolver práticas de gestão de incêndios florestais mais eficazes, adaptadas às necessidades específicas de cada área local”, ressalta Cunningham. ”As nossas descobertas destacam a necessidade crítica de estratégias de mitigação e adaptação para proteger o nosso planeta e os seus habitantes.”

*Com informações e entrevistas no texto de divulgação da Universidade da Tasmânia

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Foto de abertura: Fifi por Pixabay

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