É a lei da natureza. A sobrevivência de algumas espécies depende da morte de outras. E o que aos olhos dos seres humanos muitas vezes parecem cenas chocantes, nada mais é do que o ciclo da vida. No final de junho, imagens de drone feitas na Baía de Hervey, no Parque Marinho de Great Sandy, na costa da Austrália, mostram o frenesi de cerca de 50 tubarões-tigre sobre a carcaça de uma baleia jubarte.
O vídeo foi feito por guardas do parque marinho e revela a agitação dos tubarões para se alimentar.
“A morte de uma baleia, embora triste, cria uma fonte de vida para muitos outros animais carnívoros, incluindo peixes, tubarões e outras formas de vida marinha. Temos sorte aqui no Great Sandy Marine Park de poder observar esses processos naturais em primeira mão”, ressaltou Ranger Clifton, chefe da divisão de guardas do parque.
O Departamento de Meio Ambiente e Ciências da Austrália aproveitou o flagrante para alertar as pessoas que elas devem manter a distância de carcaças de baleias. Essa já é a quinta encontrada na região nesta temporada de migração das jubartes. Os óbitos são por causas naturais.
“Onde há baleias mortas, é provável que haja tubarões por perto e este vídeo mostra claramente porque isso acontece”, disse Clifton. “É por isso que pedimos às pessoas que mantenham distância das baleias mortas que aparecem perto da costa. Os animais marinhos também podem transmitir doenças zoonóticas, por isso você nunca deve tocá-los”.
Ele explica ainda que quando uma baleia sem vida encalha na areia, discute-se a melhor forma de dar destino ao corpo, que pode incluir o enterro em áreas de dunas ou a remoção para outras ilhas próximas.
“Dependendo da localização, as baleias mortas também podem ser deixadas in situ, e como parte do processo natural, servir de alimento para pássaros, crustáceos e outros animais marinhos e terrestres”, explica.
Imagens de drone revelam outros tubarões embaixo da água
(Foto: Queensland Department of Environment and Science)
O tubarão-tigre apresenta ampla distribuição por águas costeiras e oceânicas, tropicais e subtropicais com temperaturas quentes e, em geral, é encontrado próximo da superfície, mas também em águas um pouco mais profundas, de até 350 metros de profundidade.
Uma das maiores espécies de tubarão existentes, o Galeocerdo cuvier pode medir entre 5 e 7 metros de comprimento. Considerado um predador oportunista, ele se alimenta daquilo que encontra, peixes, aves, mamíferos, tartarugas, moluscos e crustáceos.
Leia também:
Presença frequente de tubarões-tigre na Praia do Sueste, em Fernando de Noronha, faz ICMBio suspender atividades no local
Registro inédito em vídeo comprova que orcas conseguem caçar e matar tubarões-brancos
Tubarão-tigre abocanha câmera que registra imagens raras do interior da boca de um dos maiores predadores dos mares
Foto de abertura: Queensland Department of Environment and Science
